“Nós
amamos porque Ele nos amou
primeiro”. - 1ª João 4.19
Quando a o legalismo ocupa o
lugar do amor não há espaço
para a Graça. O legalismo
nos faz medir as pessoas
pelos seus méritos, virtudes
e utilidade, conceitos que
são extremamente perigosos
já que nossa medida já está
contaminada pelos nossos
interesses e pré-conceitos.
Por isso é que Jesus
advertiu-nos para que não
medíssemos as pessoas,
porque seremos medidos com a
mesma medida que
utilizamos... (Mateus
7.1-2).
Quantas vezes emitimos um
julgamento precipitado,
insano e irresponsável a
respeito das pessoas!
Ouvimos falar algo sobre
alguém, ou damos uma
primeira olhadela em uma
determinada pessoa, e já
tiramos todas as
conclusões... Portamo-nos
como se tivéssemos um raio X
nos olhos capaz de ler as
intenções e os sentimentos
já no primeiro olhar lançado
sobre o outro. Portamo-nos
como se nunca errássemos,
mentíssemos, falhássemos com
os outros. Portamo-nos como
juízes da integridade,
sentados no trono do nosso
egoísmo, portando o cajado
de nossas perfeições e
podendo, assim, emitir
julgamentos precisos sobre
todos e qualquer um...
Quando Samuel chegou na casa
de Jessé e viu a Eliabe,
imediatamente disse:
“Certamente está perante o
Senhor o Seu ungido”. Samuel
ficou impressionado com a
aparência, por isso o Senhor
lhe advertiu: “Não atentes
para a sua aparência, nem
para a sua altura (...);
porque o Senhor não vê como
vê o homem. O homem vê o
exterior, porém o Senhor, o
coração” (I Samuel 16.7).
Não somos autorizados a
medir as pessoas porque não
temos capacidade para tanto.
Deus não nos deu esta
capacidade porque somente
Ele possui o juízo isento de
qualquer falha. Todo juízo
humano emitido está maculado
pelo pecado e pelas
incoerências humanas.
Inclusive os processos de
disciplina dentro da Igreja,
tomados por conselhos ou
assembléias, não estão
isentos de falhas. Isso,
obviamente, não nos permite
deixar de zelar pela pureza
da Igreja de Jesus
utilizando-nos da disciplina
instituída por Deus e que é
uma das marcas distintivas
da Igreja Verdadeira de
Cristo. Contudo, na
disciplina eclesiástica, é a
Graça que deve ser central,
e não a Lei.
Quando a Graça não encontra
lugar em nosso coração, a
Lei nos torna cegos para o
amor que vem de Deus. Quando
estamos cegos ao amor de
Deus, não existe perdão,
reconciliação, aperto de
mão, olhos nos olhos, ombros
que se doam ao outro para o
consolo... Não! Onde faltou
o amor, a tirania do egoísmo
e do legalismo triunfou.
É possível que você que lê
estas linhas já tenha
passado pelo terrível juízo
emitido de forma insana,
irresponsável e presunçosa.
Todos nós em um dado momento
na vida sentimos esta dor
tenebrosa. Os ouvidos dos
outros se fecham às nossas
palavras! Não existe ouvido
atendo quando o amor está
ausente. Ouvidos ficam
fechados e os lábios
cerrados para as palavras de
graça e bondade. As palavras
que ouvimos são como flechas
que dilaceram o coração já
machucado pela incompreensão
e desprezo...
Há pessoas que saem pela
vida ferindo, machucando e
desprezando aos outros
porque estão vivendo na
ausência da Graça. Isso é
que é “Vida sem Graça”! Vida
sem Graça é julgar antes de
conhecer. É se afastar antes
de se aproximar, é permitir
que a força do ódio seja
mais forte que a força do
amor. Vida sem Graça é vida
marcada pelo egoísmo que não
pensa na felicidade alheia,
mas tão somente nos próprios
interesses, ou na defesa dos
seus conceitos e
pré-conceitos. Vida sem
Graça é vida marcada pela
rejeição, pelo bloqueio do
diálogo, incompreensão, da
negação de andar juntos, da
negação de ouvir...
Não permita que sua vida
seja sem Graça. Não permita
que seus pensamentos,
palavras e ações sejam
dominados pelo legalismo que
não consegue perceber a dor
do outro. Deixe fluir do seu
coração a Graça capaz de
fazer pontes sobre os mais
profundos abismos cavados
pelo legalismo! |