É comum cristãos olharem
irmãos divorciados como
fracassados, cuja vida
cristã não era verdadeira,
que não tiveram fé
suficiente para estabelecer
uma vida conjugal feliz. A
vida conjugal tornou-se um
critério predominante para
avaliar a fé e a qualidade
da comunhão com Deus.
Por outro lado, não se dá a
mesma atenção à qualidade da
educação que os pais dão aos
filhos. Podemos ver muito
mais a ação da fé e da
comunhão com Deus de um
casal na maneira como educam
seus filhos.
Precisamos considerar que
nem sempre o divórcio é um
aviso de má qualidade da fé.
Para muitos implicados, o
divórcio é uma perda, às
vezes mais dolorosa que uma
viuvez. Muitos divorciados
têm mais dificuldades em
começar uma nova vida do que
os viúvos.
A dor provocada pelo
divórcio não pode ser
compartilhada, dividida e
anulada, o divorciado a
carrega sozinho enquanto
viver. O divórcio é uma
perda que jamais será
reparada, mesmo que a nova
vida seja boa. Diante desse
fato atualmente tão comum no
meio cristão, vale lembrar
que Jesus também suportou
uma dor semelhante em
relação ao Pai.
Crucificado, Jesus não
esboçou nenhum lamento pelo
que lhe faziam, embora tenha
sido cruelmente torturado,
mas manifestou sua dor e seu
sofrimento quando bradou em
alta voz: "Meu Deus! Meu
Deus! Por que me
abandonaste?" (Mt.27:46).
Separar-se de Deus, ainda
que brevemente, foi algo que
Jesus não tinha
experimentado desde a
eternidade. A unidade entre
Deus e Jesus foi rompida e
ele estava só. Todavia, a
profunda dor do abandono
trouxe uma eterna
reconciliação entre Deus e
nós.
A separação foi
tremendamente dolorosa para
Jesus e é também para nós.
Que o amor de Deus, que
agora habita em nós graças
ao momentâneo abandono
sofrido por Jesus, nos ajude
a amar sem julgamento os
irmãos que sofreram perda
com a separação, e os
console e fortaleça.
O verdadeiro amor nos separa
do julgamento e nos aproxima
de quem vive abandonado. |