HISTÓRICO
As palavras "noivo" e
"noiva", achadas muitas
vezes nas Escrituras
referem-se aos casais
"DESPOSADOS", que era na
cultura dos judeus o estado
antes do casamento
semelhante ao "noivado" da
nossa cultura (Is 62:5). O
"desposado" era mais
constringente sendo
reconhecido perante a lei e
somente podia ser desfeito
no caso de infidelidade
sexual que podia ser punida
com até a morte dos culpados
(Dt 20:7; 22:23-29, Mt 1:
19).
O desposado começou com uma
cerimônia entre as duas
famílias quando o valor do
pagamento, chamado o "dote",
foi combinado e pago pelo
homem aos pais da moça.
Também nesta ocasião os
noivos trocaram presentes.
Em certos casos um contrato
de trabalho manual foi
aceito pelos pais em lugar
deste pagamento, como no
caso de Jacó e Raquel (Gn
29:18-20). O tempo do
desposado durava mais ou
menos um ano e durante este
tempo o rapaz era dispensado
do serviço militar (Dt 20:7)
e o casal podia arrumar sua
morada futura e geralmente a
noiva fazia a sua veste
nupcial. Embora chamados de
"marido" e "mulher" desde o
começo do desposado, não
viviam juntos e não tinham
relações sexuais durante
este tempo. Esta parte era
rigorosamente guardada pelo
casal e a moça tinha que
provar que era virgem quando
casou oficialmente no fim do
desposado (Dt 22:13-21).
No dia do casamento oficial,
os convidados chegavam às
BODAS na casa dos pais do
noivo. O noivo, acompanhado
pelos seus amigos, saía
tarde para encontrar com a
sua noiva. As amigas da
noiva esperavam a sua
chegada e quando chegasse
avisavam a noiva e os dois
grupos iam para as bodas
onde havia o casamento
oficial e a recepção com o
banquete que era celebrado
com festividades e
brincadeiras e que durava às
vezes até por sete dias (Juizes
14:10-12; Mt 22:1-4;
25:1-6).
Embora o desposado do
oriente fosse mais formal
que o noivado que
conhecemos, há aplicações
importantes para os jovens
salvos pensando em
casamento.
1.
O PROPÓSITO DO NOIVADO
Como o desposado dava um
tempo para o casal
preparar-se para o dia do
casamento, hoje o casal,
tendo a certeza que o
casamento é a vontade de
Deus para eles, geralmente
ainda precisa dum tempo de
preparação. Seria possível
casar sem ter este tempo de
noivado, mas a maioria de
casais jovens tem pouco
recurso financeiro e precisa
dum tempo de preparação
antes do dia do casamento.
Nunca devemos entrar nesta
fase de noivado se tivermos
qualquer dúvida sobre o
casamento, pois é promessa
séria e geralmente começa
quando o rapaz conversa com
os pais da moça sobre o seu
desejo de casar-se com ela;
e, sabendo que estão de
acordo, dá uma "aliança" de
ouro a ela como símbolo da
firmeza desta promessa de
casamento. Assim, os noivos
começam a se prepararem para
o dia do casamento.
Não podemos mencionar aqui
todas as preparações
necessárias para o dia, pois
haverá preferências pessoais
sobre a ordem do casamento,
mas haverá a parte civil, e
geralmente a parte
espiritual e a parte social
para planejar.
Com certeza o casamento
trará mudanças e durante o
noivado o casal deve
procurar a vontade de Deus
sobre onde vai morar e
servir ao Senhor depois do
casamento. O plano de Deus é
que a nova família more numa
casa diferente que seus
pais, onde podem organizar a
sua vida conjugal guiado por
Deus e com a devida
independência dos seus pais
(Gn 2:24). Os pais do casal
devem aceitar estas mudanças
e deixá-los fazer a vontade
de Deus. Lembramos aqui o
exemplo de Rebeca e seus
pais que entenderam que a
vontade de Deus foi que ela
mudasse longe para casar com
Isaque e para servir ao
Senhor em outro lugar (Gn
24:55-61). A nova morada
deve estar perto de onde o
casal pode reunir-se com
outros irmãos para ajudar no
serviço do Senhor (Hebreus
10:25) e normalmente isto
será na igreja onde um ou
ambos já são membros.
Contudo, a possibilidade do
casal mudar neste tempo para
outro lugar para ser mais
útil numa igreja menor deve
ser considerada na presença
de Deus.
2.
A PUREZA DO NOIVADO
(Mt 1:18-25)
Nos dias em que vivemos é
necessário enfatizar este
aspecto, pois o mundo muitas
vezes não espera o
casamento. Os judeus eram
muito zelosos na pureza
durante o desposado e o
exemplo de José e Maria
serve bem para nós
entendermos a vontade de
Deus neste respeito. José
ficou preocupado com a
gravidez de Maria e sabia
que ele não era o
responsável, pois nunca
tiveram relações.
Suspeitando a infidelidade
dela, José pensava em
desfazer o desposado de
acordo com a lei, mas sendo
ensinado pelo Senhor logo
aprendeu a verdade deste
caso milagroso e eles
casaram-se de acordo com a
Palavra do Senhor. Assim,
Deus usou este casal puro
para trazer Seu Amado Filho
ao mundo e Maria era virgem
até depois do nascimento do
Senhor Jesus Cristo.
Nunca devemos cair na
tentação que porque vamos
casar brevemente podemos
adiantar neste sentido. As
relações sexuais antes do
casamento são prostituição
que é proibida, e será
julgada pelo Senhor (1 Co
6:18-20; 7:9; 1 Ts 4:3,6; 1
Tm 4:12; Hb 13:4) e assim
quem teme ao Senhor nunca
vai ceder a esta tentação.
Por esta razão a duração do
noivado não deve ser mais
que necessária para planejar
o casamento e geralmente,
como no caso do judeu, um
ano é suficiente, mas pode
ser mais ou menos de acordo
com as circunstâncias
pessoais do casal.
3.
A PARÁBOLA DO NOIVADO
(Ap 19:6-9)
Na Sua Palavra, Deus usa
este estado para descrever a
situação presente entre
Cristo e Sua Igreja. A
igreja é chamada a "NOIVA"
do Senhor Jesus Cristo e as
"BODAS do CORDEIRO"
acontecerão no céu logo
depois do tribunal de
Cristo. Isto é muito
precioso para os salvos e
fala do amor verdadeiro que
Cristo tem para conosco e da
Sua promessa de voltar para
receber-nos e do Seu desejo
ardente de estar com a Sua
igreja durante a eternidade.
Também traz uma lembrança
solene sobre como devemos
viver neste tempo enquanto
esperamos aquele dia. A
igreja deve ser como uma
"virgem pura a um só esposo,
que é Cristo" (2 Co 11:2,3)
e a mistura com o mundo é
considerada como
infidelidade ao Senhor (Tg
4:4,5).
Também como as noivas faziam
durante o desposado as suas
próprias vestes para seu
casamento, nós estamos agora
na fase de preparar o "linho
finíssimo" que são "os atos
de justiça dos santos" que
será a nossa recompensa e
glória futura na
manifestação de Cristo com a
Sua igreja (2 Co 5:9, 1 0;
CI 3:4).
Esta solene comparação
deve-nos ajudar a manter a
pureza e santidade que o
Senhor quer de cada um dos
Seus, e também deve ajudar
muito os jovens salvos a
manter a pureza e santidade
pessoal que Deus quer
durante o seu noivado. |