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NÚCLEO DE APOIO CRISTÃO

 

E.B.D.

Levítico - parte 02

 
 

Deus estabelece critérios para a adoração

Texto bíblico: Lv 13.20

Texto básico: Lv 5.1-13; 6.1-7; 11.1-12.8; 15.1-33; 18.1-30; 16.1-17.16
 

Texto áureo: “Disse mais o SENHOR a Moisés: Fala a toda a congregação dos filhos de Israel, e dize-lhes: Sereis Santos, porque eu, o SENHOR vosso Deus, sou santo”. Lv 19.1,2.

Os assuntos tratados e sobre os quais se legisla, no livro de Levítico, visam fixar os padrões de conduta para o povo de Israel. Ele devia viver uma vida de santidade, que fosse realmente distinta da maneira de viver dos povos cananeus, em meio dos quais passaria a habitar. Como um “reino de sacerdotes” e “nação santa” em razão da aliança do Sinai, Deus demandava de Israel uma conduta exemplo no meio dos povos. A frase “sereis santos, porque eu, o SENHOR vosso Deus, sou santo” aparece, às vezes, completa (11.44,45; 19.2; 20.7,26) e, outras vezes, apenas resumidamente (18.2-6,30; 19.3,5,10 etc.).

EXPIAÇÃO DE PECADOS RELACIONAIS OU SOCIAIS:
ADORADORES EM CONFLITO
Lv 5.1-13; 6.1-7

Mesmo sabendo que, a princípio, todo pecado é contra Deus, temos o entendimento de que, em alguns casos, o pecado não é dirigido ao nosso próximo ou não o atinge diretamente; em outros casos, sim. A esses últimos é que denominamos pecados relacionais ou sociais, ou seja, que afetam as relações interpessoais. O decálogo bem pode ser dividido nessas duas categorias; pecados especificamente contra Deus (Ex 20.1-11) e pecados relacionais (Ex 20.12-17). Não se trata de uma classificação quanto à quantidade do pecado, mas quanto à abrangência deste. “O pecador sempre aparece como alguém que se rebela contra Deus ou contra seu próximo”, diz Jacob. ¹
Para esses pecados relacionais, a Lei prescrevia sacrifícios específicos. A omissão da verdade, ou falso testemunho (5.1), e outros pecados cometidos por palavra (5.4), a contaminação por haver tocado, ainda que involuntariamente, algum cadáver (5.2), a exploração do necessitado tomando penhor ou cobrando-lhe juros (6.2), a apropriação de algo alheio que encontrar perdido (6.3), deviam ser expiados com a apresentação de uma “oferta pela culpa”. A palavra aqui é ’asam, que tanto indicava uma culpa por pecado contra a lei cerimonial quanto o que temos designado, aqui, pecado relacional. A idéia, nessa palavra, é de algo como trair a confiança, defraudar. O salmista declara que estas culpas, também, não são ocultas diante do SENHOR (69.5). O culpado deveria, então, confessar sua culpa (5.5) e só depois apresentar ao sacerdote a oferta correspondente. Nos casos de penhoras, juros, ou apropriação indevida, deveria fazer-se a restituição ao agravado com o acréscimo de vinte por cento do valor a título de indenização (5.4,5). Só assim a culpa seria perdoada.

EXPIAÇÃO DE PECADOS CONTRA O CERIMONIAL:
ADORADORES INABILITADOS.
(Lv 11.1-12.8: 15.1-33; 18.1-30)

Aqui parece apertar ainda mais o nível de exigência para aquele que desejasse ser aceito diante do SENHOR em adoração. Parte do cerimonial religioso de Israel consistia de comidas e bebidas. As leis concernentes ao que deviam comer e beber (11.1-47) visavam estabelecer franca diferença entre o povo de Deus e os adoradores de ídolos. É-nos um tanto difícil entender a distinção entre tais animais que se deviam ou não comer, porque alguns deles sequer conhecemos. Em linhas gerais, podemos entender que aqueles que eram proibidos a Israel tinham, em sua natureza, algo que os incompatibilizava com o padrão de pureza e santidade que se esperava de uma nação santa. Alguns rastejavam e, por seu íntimo contato com a terra e por seu andar rastejante, era associado à serpente e, por extensão, ao pecado (Gn 3.1). Outros se alimentavam de carniça ou matavam suas vítimas-alimento derramando seu sangue sobre a terra, sendo, por isso, imundos. Outros, ainda, eram empregados nos sacrifícios pagãos e, por isso, se faziam inadequados aos hebreus.
Somando-se à questão dos alimentos, e com peso semelhante, algumas orientações com relação à saúde. A mulher, ao dar à luz filhos ou em seu período menstrual, era declarada imunda e precisava observar um ritual de purificação (12.1-8; 15.18-30,33), por causa do sangue (e outros fluídos). Também o homem seria imundo quando tivesse algum corrimento (doença venéreas), ou fluxo de sêmen (15.1-17,32), mesmo quando tal fluxo se desse na relação sexual (15.18). Tanto o homem quanto a mulher, uma vez livres daquilo que os contaminava, deviam apresentar-se diante do sacerdote com os sacrifícios específicos para a expiação (15.31).
Em nossos dias, de marcada permissividade sexual e de uma certa “sexolatria”, faz-nos bem um exame dessas prescrições quanto à satisfação das pulsões sexuais que o livro de Levítivo estabelece. A exortação era: “Não fareis segundo as obras da terra do Egito... nem... da terra de Canaã.. nem andareis nos seus estatutos”, mas “os meus estatutos e os meus juízos guardareis; cumprindo-os, o homem viverá por eles. Eu sou o SENHOR” (18.3-5). Os resultados da indiferença do homem para com esses regulamentos de conduta moral clamam a cada momento ao nosso redor. A mídia nos impressiona com os dados sobre as doenças (muitas de caráter epidêmico) relacionadas a práticas sexuais impróprias (as chamadas DST – Doenças Sexualmente Transmissíveis). “A Organização Mundial de Saúde estima que ocorram cerca de 340 milhões de casos de DST por ano, no mundo. Em números, as estimativas de casos de DST que se apresentam com sintomas, no Brasil, são: sífilis: 843.300; gonorréia: 775.180; clamídia: 1.500.490; herpes genital: 89.110; HPV: 137.080” (Fonte: PN/DST/AIDS,2003). Estima-se que 16.000 novas pessoas (das quais 2.000 crianças) sejam infectadas por dia em todo o mundo; 2,3 milhões de pessoas morreram em 1997 (aumento de 50% sobre 1996); em 1998 foram 2,5 milhões de óbitos. A cada grupo de cinco órfãos, três perderam suas mães com aids. No Brasil, foram mais de 10.000 crianças que perderam suas mães nessas condições.

O DIA DA EXPIAÇÃO:
ADORADORES EM BUSCA DE COMUNHÃO
(Lv 16.1017.16)

Esse era, para Israel, um dia muito especial. Nele, o sacerdote, depois de haver feito a expiação por si mesmo e por sua família, tendo as vestes adequadas e estando adequadamente banhado, oferecia o sacrifício anual por todo o povo. O autor da carta aos Hebreus faz alusão a este sacrifício como um prenúncio do sacrifício perfeito, único e universal, feito por Jesus Cristo na cruz (Hb 9.1.-12,23-28). O Nuevo Diccionario Bíblico Ilustrado explica que "a essência da expiação é, em primeiro lugar, uma obra ou satisfação apresentada a Deus de acordo com sua natureza e seu sentimento a respeito do pecado, glorificando-o plenamente mediante o sacrifício; em segundo lugar, o levar de sobre nós os nossos pecados... dá ao crente... a certeza de que seus pecados foram totalmente perdoados e que Deus jamais voltará a lembrar-se deles”. ²


APLICAÇÕES PARA A VIDA

1. Quanto à classificação de pecados: “Nossas responsabilidades são duplas, em qualquer caso: de um lado, Deus, Santo e Criador, requerendo de suas criaturas racionais a devida compostura em todas as modalidades da vida; do outro, o nosso semelhante, igual a nós, nosso irmão de raça, a quem devemos respeito que exigimos para nós”. ³
 

2. O objetivo da lei era preservar a santidade do tabernáculo e a reverência diante do Deus santo. Como adoradores cristãos, sabemos que o tabernáculo de Deus no mundo, hoje, somos nós mesmos (Ef. 2.19-22). Por isso, precisamos trabalhar por uma vida de santidade e de reverência, para que nossa adoração seja agradável ao Pai. (Jô 4.24; Rm 12.1,2).
 

3. Se, no passado, as práticas sexuais impuras estavam relacionadas com a idolatria, não é menos idólatra o comportamento sexual de nossos dias. O deus da sensualidade deixou seu papel secundário no panteão, passando a ocupar o alta-mor da vida de seus adoradores. Que Deus nos ajude a não formar coro com os que promulgam o culto à sensualidade, a zelar por uma vida de santidade ao SENHOR e a proclamar as boas-novas de salvação àqueles que vivem cativos do diabo em tais práticas ofensivas a Deus e ao próximo.

 
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