Interessante e instrutivo é
notar como os primeiros
diáconos receberam seu
ofício.
Foram eleitos pela Igreja.
I.
A ORIGEM DO OFÍCIO
É perfeitamente certo que
temos a origem do diaconato
no capítulo sexto de Atos. A
palavra “servir” (diakoneo)
em Atos 6:2 é exatamente a
mesma que se usa para
designar o ofício de diácono
em 1 Tim. 3:10,13, que é o
verbo correspondente para
diáconos em Fil. 1:1; 1 Tim.
3:8,12.
“Os doze convocaram a
multidão dos discípulos e
disseram: “não é justo que
desamparemos a Palavra de
Deus e sirvamos as mesas.
Escolhei, pois, dentre vós,
irmãos, sete varões de boa
reputação, cheios do
Espírito Santo e de
sabedoria, a quem possais
constituir sobre este
negócio.” (Atos 6:2,3).
Os apóstolos investiram os
diáconos do seu ofício, ou
ordenou-os, como vemos no
verso seis, sendo este o
significado de “nomear” no
verso três; mas os apóstolos
não presumiram de os eleger:
isto deixaram à igreja. Nem
mesmo recomendaram à igreja
os que ela devia escolher:
deixaram a igreja achar isto
do Espírito Santo. Foi isto
um assunto excepcionalmente
importante, mas os apóstolos
não se arreceiaram de o
confiar à igreja. É isto um
excelente exemplo da
democracia das igrejas do
Novo Testamento.
II.
OS DEVERES DESTE OFÍCIO
Os primeiros sete diáconos
foram escolhidos e ordenados
para “servirem às mesas”,
isto é, distribuir alimento
aos necessitados ,
especialmente as viúvas. Mas
do fato de o ofício
tornar-se permanente (Fil.
1:1; 1 Tim. 3:8-13) e do
fato de nenhuma outra igreja
além da de Jerusalém, tanto
quanto sabemos, ter a
comunhão de bens que
reclamava o estabelecimento
original do ofício, tanto
quanto as qualificações
dadas em 1 Tim. 3:8-13,
inferimos que as obrigações
do ofício devem ter passado
por expansão. Talvez os
diáconos vieram a
encarregar-se de todos os
negócios seculares da igreja
e a ser auxiliares do pastor
nos assuntos espirituais.
Com tudo, seja-o levado em
mente que os diáconos são
“servos”, segundo o
significado do título e não
patrões. São para receberem
instrução da igreja mais do
que ditarem à igreja. São
para ajudarem o pastor mais
do que dizer-lhe o que deva
fazer. Lembrem-se sempre que
o ofício é subordinado ao do
pastor.
O abuso do ofício de
diáconos os tem feito
inúteis ou pior que inúteis
em muitas igrejas. Talvez
isto seja porque a devida
atenção não tem sido dada às
qualidades escrituristicas
de diáconos, à qual
dirigiremos agora nossa
atenção.
III. AS QUALIFICAÇÕES DE
DIÁCONOS
1. COMO DADAS EM ATOS 6
(1). Homens de boa reputação
Os diáconos são para ser
homens de boa reputação em
geral. São para ser homens
em quem o povo tenha a
máxima confiança. Sem
duvida, primeiro que tudo,
seriam homens que são
escrupulosamente honestos;
homens que possam ser
acreditados.
(2). Cheios do Espírito
O Espírito Santo está em
todo crente (João 7:38,39;
Rom. 8:9,14; 1 Cor. 6:19;
Gal. 4:6; Efe. 1:13). Ele é
recebido ao tempo em que
somos salvos e depois habita
conosco para sempre. Quando
recebemos o Espírito Santo,
recebemos tudo dEle, porque
Ele é uma pessoa e,
portanto, indivisível. A
doutrina que o Espírito é
recebido depois da
conversão, como foi o caso
com os crentes no dia de
Pentecostes, não é uma
doutrina escrituristica. Não
pode haver mais uma
repetição do Pentecostes do
que haver uma repetição do
Calvário. Todas as obras da
graça são definidas e
aqueles que ainda estão
falando sobre a segunda
devem ser lamentados. Os que
estão verdadeiramente salvos
receberam inumeráveis obras
de graça definidas. Gente
que não tem em si o Espírito
Santo habitando não precisa
buscar a segunda benção;
ainda não receberam a
primeira.
Ainda que gente salva tenha
o Espírito nela, não estão
todos cheios dEle. Ela tem
tudo dEle, mas Ele não tem
tudo dela. A necessidade não
é que ela deve buscar o
Espírito, mas que ela deve
render-se ao Espírito já
nela, de maneira que Ele a
achará com Sua presença e
poder. DEle é uma presença
expansiva e Ele enche tanto
de nós, e somente tanto de
nós como não está cheio de
algo mais. Se é para o
Espírito encher-nos, devemos
esvaziar-nos do eu e do
mundo. É somente de homens
que fizeram completa
rendição ao Espírito que
devemos fazer diáconos.
(3). E de sabedoria
Os diáconos são para ser
homens de discernimento e
perícia. A sabedoria aqui
mencionada não é sabedoria
humana, mas aquela que vem
de cima (Tiago 1:5, 3:17).
“Senso comum santificado” é
perjúrio forense. Não há tal
coisa. O senso comum é o
pensar comum do homem. E o
pensar comum do homem é o
pensar da mente carnal. E a
mente carnal é inimiga
contra Deus (Rom. 8:7).
Logo, alguém podia do mesmo
modo falar sobre inimizade
santificada contra Deus como
falar de senso comum
santificado. A estima de
Deus pelo senso humano
achar-se-á em Tia. 3:15.
Muito dano resulta de se
experimentar levar avante os
negócios de Deus segundo a
maneira dos negócios
seculares. Tiago 1:5 fala
como conseguir a sabedoria
necessária e um diácono.
2. COMO DADA EM 1 TIMÓTEO 3
(1). Grave
Isto quer dizer que os
diáconos são para ser
dignificados, de mente séria
e livres de leviandade e
frivolidade. Não quer dizer
que são para ser soturnos e
caras compridas.
(2). Não dúplices
Isto quer dizer que os
diáconos não são para ser
homens que falem de um
gentio a uma pessoa e doutro
modo à outra. Os diáconos
são para serem homens cuja
palavra possa ser crida.
(3). Não dados a muito vinho
Nos tempos do Novo
testamento as bebidas
alcoólicas não foram
abusadas como são hoje;
portanto, não eram
absolutamente proibidas. Só
o abuso delas era proibido.
Mas hoje elas têm sido
sujeitas a um tal abuso que
é bom a todos os crentes,
especialmente pastores e
diáconos, abster-se
totalmente mesmo de vinho,
exceto para fins médicos e
sagrados.
(4). Não cobiçoso de torpe
ganância
Um diácono não deve ser um
homem que tenha amor regrado
pelo dinheiro. Se ele for,
ele provavelmente desviará
fundos a ele confiados.
Grande tem sido a vergonha
trazida às igrejas por causa
de homens gulosos de torpe
ganância abonados com
dinheiro da igreja.
(5). Retendo o ministério de
fé numa pura consciência
Os diáconos deveriam ser
sãos na fé. Não são
ensinadores oficiais, mas
terão muita necessidade de
testemunho privado. Nada
senão um batista ortodoxo
devera ser eleito diácono.
Quem crê que uma igreja é só
tão boa como outra, ou um
que pelo menos está gafado
de modernismo ou
arminianismo, ou um que nega
qualquer verdade fundamental
da Bíblia não está apto para
ser diácono. O diácono é
para sustentar a fé numa
pura consciência – alguém
que tenha sido purificado
pelo sangue de Cristo e
renovado pelo Espírito
Santo. Semelhante
consciência estará livre de
vil egoísmo e hipocrisia e
será regulado por devoção e
sinceridade.
(6). Sejam estes também
primeiro provados
Como com os bispos, assim
com os diáconos ; sobre
nenhum homem imporíamos mãos
repentinas ou apressadamente
(1 Tim. 5:22). E como um
bispo, um diácono não
deveria ser um noviço, ou um
vindo de fresco à fé (1 Tim.
3:6). Não deveríamos eleger
homens como diáconos só para
honrá-los, nem por serem
influentes ou ricos, mas
somente quando se provaram
na posse de qualificações
escrituristicas.
(7). Suas esposas devem ser
graves, não aleivosas,
sóbrias, fiéis em tudo.
Contendem alguns que aqui
são referidas diaconisas. E
enquanto esta idéia pareça
ter algumas coisas em seu
favor, todavia a
consideramos longe de ficar
estabelecida. Notemos os
argumentos costumeiros dados
como prova que a referência
aqui é a diaconisas:
A. Afirma-se que um
tal oficio existiu em
algumas igrejas do Novo
Testamento ao menos, desde
que Febe é chamada uma
“diakonos” (Rom. 16:1).
Mas “diakonos” aparece em
muitos outros lugares em que
não se quer significar o
ofício de diácono. Vide 2
Cor. 2:6, 11:22; Ef. 3:7,
6:21; Col. 1:7,23,25; 1
Tess. 3:2; 1 Tim. 4:6, onde
“diáconos” está traduzido
por “ministro”. Esta palavra
e suas formas cognatas
aparecem em muitos outros
lugares semelhantes ao acima
também. Em vista disto,
temos certamente um
fundamento muito leve para o
ofício de uma diaconisa só
porque “diáconos” está uma
vez aplicado a uma mulher. É
perfeitamente evidente que
Febe, por sua energia e sua
riqueza, fora uma
“socorredora de muitos” e do
apóstolo Paulo também (Rom.
16:1); portanto, ela foi
chamada uma “diácono”, ou
uma que ministra a
necessidade de outros. Não
há prova de que ela serviu
oficialmente nesta
capacidade.
B. Supõe-se também,
que as mulheres mencionadas
em Fil. 4:3 eram diaconisas.
Mas aqui há menos evidência
para o ofício do que no caso
anterior. Não se dá aqui o
mais leve indício que essas
mulheres foram diaconisas.
Houve algumas mulheres que
assistiram a Cristo no Seu
trabalho; maravilha se elas
também foram diaconisas?
C. Arque-se que um
tal ofício existiu nas
igrejas post – apostólicas.
Mas muitas coisas existiram
na maioria das igrejas post
– apostólicas que não foram
de instituição divina.
D. Diz-se que o
“grego não tem “suas
esposas”, mas simplesmente
mulheres, sem artigo ou
pronome, e é, portanto,
devidamente vertido, não
“suas esposas”, mas mulheres
e, neste contexto, diáconos
femininas” (H. H. Harvey).
Verdade é que o grego não
diz expressamente “suas
esposas”, e, enquanto a
palavra para “esposas” é uma
palavra que signifique
simplesmente “mulheres”,
contudo é a única palavra em
o Novo Testamento para
esposas, e é, portanto, a
palavra que seria usada para
denotar esposas. O pronome
possessivo é facilmente
entendido desde que diáconos
estão sob discussão. Quanto
à omissão do artigo, não é
isso significante, pois não
há artigo antes de diáconos
no verso 8. E quando lemos
no verso seguinte que o
diácono é para ser marido de
uma esposa, acrescenta força
à idéia que as esposas de
diáconos se intencionam no
verso 11.
E. Arque-se que não
há razão para definirem-se
as qualificações das esposas
de diáconos enquanto que
nada se diz das esposas de
bispos.
Não há razão para limitar
“suas esposas” às esposas de
diáconos. Cremos que se
refere tanto às esposas de
diáconos como também as de
bispos. Semelhante
interpretação nada tem a ver
contra. E cremos que é
correta.
(8). Sejam os diáconos os
maridos de uma esposa,
governando bem seus próprios
filhos e suas próprias
casas.
Um diácono deve ter uma só
esposa viva. Deve ter seus
filhos em sujeição. Uma das
maiores necessidades
práticas deste tempo é um
reavivamento da autoridade
paterna dos velhos tempos. A
autoridade frouxa, se
autoridade de fato pode ser
chamada, na média dos lares
cristãos hoje, é uma
vergonha e uma desgraça. Não
admira que a geração mais
jovem é conspícua pela sua
ausência aos cultos na
maioria dos lugares. São
criados a ter seu próprio
caminho e não segundo seu
próprio caminho ir a igreja.
Muitos filhos hoje, na maior
parte, obedecem quando lhes
apraz. O diácono é para
GOVERNAR seus filhos e não
para deixar que seus filhos
o governem. E o diácono é
para ser o cabeça de sua
casa, porque a Escritura não
só especifica que é para ele
governar seus filhos senão
também toda a sua casa. O
plano divino é para o marido
ser o cabeça do lar. Quando
o homem é um cristão, e isto
é reconhecido, o lar será o
mais feliz dos lares. Se o
homem não é cristão e a
mulher é, então terá ela de
fazer o melhor que puder. Se
ela era cristã quando casou
com ele, ela violou a
Palavra de Deus (2 Cor.
6:14), e deve fazer o melhor
que puder do castigo que
receberá. Tem-se dito e bem
verdadeiramente, se uma
mulher casa com um filho do
diabo, ela pode esperar ter
barulho com o seu sogro.
IV.
A RECOMPENSA TEMPORAL DE UM
DIÁCONO
O verso 13 dá-nos a
recompensa de um diácono. Se
ele bem servir como um
diácono, ele adquire um bom
grau e grande ousadia na fé.
O Novo Testamento retrata o
diaconato como um ofício
exaltado, que tem sido muito
degradado por causa de nossa
falha em respeitar as
qualificações exaradas na
Escritura e por nossa
alteração da obra de
diáconos para assentar as
nossas próprias noções.
Fonte:
caminhocristao.com |