A
amargura é um veneno
que pode se desenvolver e
crescer dentro de uma pessoa
– até quase despercebida por
ela mesma. Acredito que seja
uma ferramenta que Satanás
usa como armadilha para
apanhar até mesmo aqueles
que têm trabalhado
arduamente para livrar suas
vidas de muitos outros
pecados. O apóstolo Pedro
falou da amargura como um
veneno quando repreendeu o
ex-feiticeiro. Ele disse:
“pois vejo que estás em fel
de amargura e laço de
iniqüidade” (Atos 8:23).
A condição de Simão não era
exclusiva dele. Nenhum de
nós está imune a seu veneno.
Esposos são advertidos a não
tratar suas esposas com
amargura (Colossenses 3:19).
Ainda que o escritor
inspirado não mencione
especificamente a
possibilidade, eu não tenho
dúvida de que as esposas
podem desenvolver amargura
para com seus esposos.
Certamente, se um pai deixa
de atender às instruções do
apóstolo para evitar
desencorajar seus filhos,
provocando-os à ira (Colossenses
3:21), eles provavelmente
desenvolverão amargura para
com ele.
Os pregadores são ótimos
candidatos para esta
condição venenosa. Ainda que
a maioria dos pregadores
seja bem tratado pelos
outros irmãos,
ocasionalmente não o são.
Expectativas excessivas do
pregador ou de sua família
podem causar ressentimento
que, se ele não for
cuidadoso, conduzirá à
amargura. Ou um pregador
poderá esperar que seus
irmãos vivam de acordo com
suas expectativas, e quando
não o fazem, ele fica
desencorajado. Muitos homens
capazes têm perdido sua
influência, alguns até mesmo
perdendo a fé, depois de
serem vencidos pela amargura
para com seus irmãos.
Os idosos (e aqueles que
estão se aproximando da
velhice) parecem ser
especialmente suscetíveis à
amargura. Talvez a perda de
energia, capacidades
diminuídas, problemas de
saúde e a percepção (real ou
imaginária) de que a geração
mais jovem não nos aprecia
abram a porta para a
amargura.
Amargura é a “propriedade
ou característica de severo,
de áspero, de intransigente”
(Dicionário Houaiss). Ela
pode ser provocada por um
número de circunstâncias,
inclusive: desencorajamento,
desesperança, inveja e
ciúme.
O
Novo Testamento tem várias
coisas a dizer sobre esta
atitude:
1. Ela precisa ser
afastada (Efésios
4:25-32). O apóstolo Paulo
lista-a entre muitos outros
pecados, e entre aqueles que
entristecem o Espírito
Santo.
2. É ligada a maldição
(Romanos 3:9-18). Cristãos
que nunca amaldiçoariam
verbalmente podem ser
culpados de “maldição
virtual” por sua
demonstração de amargura.
Isto pode ser apenas em
pensamento mas, se não for
reprimido, afinal se
manifestará em aspereza.
3. É um veneno espiritual
(Atos 8:18-23). Como já
foi notado, a Simão — que ao
se tornar cristão tinha se
arrependido de sua
feitiçaria — foi dito que
sua amargura era seu veneno
que o tinha amarrado pela
iniqüidade. Subitamente, sem
a atenção das massas, talvez
ele tenha ficado ciumento do
poder dos apóstolos para
conceder o Espírito Santo
pela imposição de suas mãos.
4. Ela pode brotar
despercebida (Hebreus
12:12-17). Leia estes
versículos e note como o
escritor de Hebreus nos
conta que precisamos estar
“atentando, diligentemente,
por que ninguém seja
faltoso, separando-se da
graça de Deus; nem haja
alguma raiz de amargura que,
brotando, vos perturbe...”
(12:15). Se não for
reprimida ela pode
apoderar-se de nós tão
poderosamente que, como
Esaú, poderemos não
encontrar lugar para o
arrependimento, mesmo se o
quisermos.
É uma coisa identificar um
problema, e outra prover um
remédio. Aplicando as
Escrituras, eu acredito que
podemos vencer este vilão em
duas frentes. Primeiro,
poderemos ajudar a
preveni-lo em outros
evitando o que o promove.
Por exemplo, a amargura de
um esposo pode ser diminuída
pelas atitudes e
comportamento da esposa
(Efésios 5:25, 28, 33). A
amargura dos pais pode ser
minimizada se os filhos
obedecerem (Efésios 6:1-3) e
é menos provável que os
filhos se tornem amargurados
se os pais ouvirem a Deus
(Efésios 6:4; Colossenses
3:21).
Todos os cristãos deverão
fazer um esforço combinado
para não serem
desencorajamento para
outros. Os cristãos mais
jovens, no seu entusiasmo e
zelo, precisam não deixar a
geração mais velha para
trás. Eles precisam entender
que “mudança” (ainda que
esteja dentro da autoridade)
é perturbadora para os
idosos. Leve-os gentilmente.
Cristãos mais velhos
precisam aceitar que sabem
de cor que a mudança é
inevitável, e enquanto for
espiritual, pode até ser
desejável. Não “afogue o
espírito” do jovem para que
ele não se amargure.
Você pode ajudar um pregador
a evitar cair na fossa da
amargura sendo um
encorajamento para ele nos
seus esforços para ensinar
aos perdidos e edificar os
santos. Trate-o como o irmão
que ele é, antes que um
empregado da igreja que pode
ser contratado e despedido à
vontade. Sabendo que inveja
e ciúme promovem amargura,
deveremos evitar alardear
poder, posses, ou qualquer
outra vantagem que tenhamos
sobre outros.
Em segundo lugar, precisamos
combater a amargura em nós
mesmos resistindo a ela
ativamente. Corte pela raiz!
Trate-a como qualquer
tentação. Comece
reconhecendo Satanás como a
fonte de atitudes amargas.
Quando os sintomas
aparecerem, estude e medite
nas Escrituras em vez de se
entregar à autopiedade.
Busque regozijar-se com
aqueles que são mais
abençoados do que você.
Substitua a inveja pela
alegria. E mais do que tudo,
ore por ajuda. A amargura
tem potencial para consumir
uma pessoa e drenar-lhe a
espiritualidade; e como
Satanás gosta disso!
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