Texto: Sl. 126
Introdução: O Salmo 126 descreve o passado, o presente e o
futuro. O salmista olha para o passado com gratidão pelo livramento
recebido (v. 1-3); olha para o presente com um profundo senso de
carência da intervenção divina (v. 4) e olha para o futuro com ardente
expectativa de abundantes colheitas (v. 5,6).
O Salmo 126 faz uma verdadeira diagnose da vida, um check-up da alma,
uma avaliação profunda da caminhada. Vamos observar essa tri-dimensão
apontada pelo salmista, buscando uma aplicação oportuna para os nossos
dias.
1. Olhando para o passado com gratidão
– “Quando o Senhor restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem
sonha. Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de
júbilo; então, entre as nações se dizia: Grandes coisas o Senhor tem
feito por eles. Com efeito, grandes coisas fez o Senhor por nós; por
isso, estamos alegres” (v. 1-3).
Jerusalém havia sido cercada, invadida, saqueada e ferida pelos caldeus.
Nabucodonosor impiedosamente feriu à espada homens, mulheres e crianças.
Muitos, entrincheirados, morreram de fome e sede antes de serem
esmagados pela truculência babilônica. O povo hebreu foi arrastado como
um bando de animais para a Babilônia dos ídolos e da feitiçaria. Setenta
anos se passaram e Deus abriu-lhes a porta da prisão, quebrou-lhes os
grilhões de ferro, e eles voltaram para a sua terra, reconstruíram o
templo, resgataram seus sonhos e continuaram servindo ao Deus vivo.
A libertação milagrosa do povo hebreu do cativeiro babilônico foi uma
intervenção portentosa de Deus além das expectativas do povo (v. 1), um
testemunho entre as nações (v. 2) e um motivo de grandiosa e exultante
alegria (v. 3). De igual modo, quando olhamos para o passado,
contemplamos também a obra libertadora de Deus em nossa vida. Ele nos
libertou do império das trevas. Ele quebrou os grilhões do pecado que
nos mantinha cativos. Ele decretou a nossa alforria e a nossa
libertação. Hoje somos livres para servirmos ao Senhor.
2. Olhando para o presente com clamor
– “Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes no Neguebe”
(v. 4).
O Salmista celebra o passado, mas roga a intervenção divina no presente.
As vitórias de ontem não servem para nos conduzir em triunfo hoje. A
vida do povo estava árida como o deserto do Neguebe. A sequidão havia
tomado conta do mesmo povo que estava exultante no passado.
O Salmista não se acomoda; ele clama por intervenção divina. Ele sabe
que a crise não é final. Ele sabe que Deus ainda pode intervir. Ele sabe
que só Deus pode reverter a situação. Ele sabe que Deus pode fazer o
deserto florescer. Ele sabe que rios caudalosos podem rasgar as
entranhas do deserto e onde a morte mostrava sua carranca surgir um belo
cenário de vida. Por isso ele ora e clama, dizendo: “Restaura Senhor, a
nossa sorte, como as torrentes do Neguebe”. Hoje, ainda, Deus pode fazer
o deserto florescer. A sequidão espiritual pode acabar. Rios de água
viva podem fluir do seu interior. Sua vida pode reverdecer e frutificar
para a glória de Deus. Um avivamento glorioso pode visitar sua alma e
fazer de você um jardim engrinaldado de flores e um pomar de deliciosos
frutos para Deus.
3. Olhando para o futuro com expectativa
– “Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e
chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes”
(v. 5,6).
O Salmista não pensa numa vida abundante apenas para si mesmo, ele quer
ser um semeador. Ele está disposto a sair ainda que com lágrimas
semeando a boa semente. A semeadura exige esforço e determinação. O
semeador precisa sair e andar. Muitas vezes o semeador rega o solo com
suas próprias lágrimas. Mas, não há semeadura sem colheita nem lágrimas
sem júbilo nessa bendita empreitada. A semeadura é com lágrimas, mas a
colheita é certa e com júbilo.
Conclusão: Ainda hoje é tempo de semear. Temos a boa semente e o
campo já está preparado para recebê-la. Você é um semeador. Lance essa
semente nos corações e prepare-se para uma colheita abundante e
jubilosa!