Texto Chave: “E percorria Jesus todas as
cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho
do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. E,
vendo a multidão, teve grande compaixão deles, porque andavam
desgarrados e errantes como ovelhas que não têm pastor. Então, disse aos
seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos são os
ceifeiros. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande ceifeiros para a
sua seara” (Mt 9.35-38)
Introdução: Há visões de beleza sem par, como o pôr-do-sol, aves,
rios ou montanhas, que inspiram os pintores a pintar belos quadros.
Porém, a visão que comovia Jesus era a das multidões que o seguiam.
Vejamos a ótica do Mestre:
1 – A visão de Cristo vendo as multidões
Quem era a multidão que seguia a Jesus?
- Para os imperadores de Roma, apenas contribuintes do tesouro.
- Para os oficiais romanos, escravos para trabalhar a terra.
- Para os sacerdotes, escribas e fariseus, um bando de fanáticos.
- Para Jesus, ovelhas desgarradas do aprisco, exaustas e sem pastor –
“E, vendo a multidão, teve grande compaixão deles, porque andavam
desgarrados e errantes como ovelhas que não têm pastor” (v.36).
2 – Os sentimentos de Cristo pelas multidões
- Amor inefável – Foi a base do seu ministério, sua vida e sua morte –
“Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado
aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da
perdição, para que a Escritura se cumprisse” (Jo 17.12)
- Compaixão – É sentir a dor e o sofrimento do necessitado (Mt 9.35,36;
14.14; Jo 6.5) – Cristo compadeceu-se das multidões pobres, famintas,
enfermas e oprimidas pelos grandes e pelo diabo – “como Deus ungiu a
Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo
o bem e curando a todos os oprimidos do diabo porque Deus era com ele” (At
10.38).
Certa vez, um bêbado estava caído numa rua e o sol batia em seu rosto,
mas uma mulher rica, vendo-o, cobriu-lhe o rosto com seu lenço e o
socorreu. Aquele homem, mais tarde, tornou-se um grande general dos
Estados Unidos.
- Cristo conhece o sofrimento do homem – “O conhecer tudo é perdoar
tudo!” Todo coração conhece sua própria tristeza, mas o coração de
Cristo conhece a de todos.
3 – A Preocupação de Cristo com a Seara
“Então, disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas
poucos são os ceifeiros” (v.37).
- Cristo preocupava-se com a seara do Pai. Não podemos deixar este
sentimento esfriar. Missão deve ser a nossa visão constante! Os
ceifeiros são poucos e a seara é grande.
O que fazer? Orar e pedir ceifeiros ao dono da seara. Antes de tudo, ele
mandou os discípulos orarem: “Rogai”! Se Deus não enviar ceifeiros
ninguém faz missões! O dinheiro é importante, mas não vocaciona obreiros
para seara, muito menos a influência política de algum líder. É o Senhor
da seara quem chama e envia os ceifeiros.
- Jesus mesmo orou ao Pai para escolher os Doze – “E aconteceu que,
naqueles dias, subiu ao monte a orar e passou a noite em oração a Deus.
E, quando já era dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze
deles, a quem também deu o nome de apóstolos” (Lc 6.12,13). Estes seriam
os ceifeiros que colheriam os frutos semeados por Ele no seu ministério
terreno.
Conclusão: A visão de Cristo, hoje, continua a de multidões que
perecem sem salvação, porque faltam ceifeiros dispostos a trabalhar na
seara do Pai. Ouve agora o apelo divino: “ A quem enviarei?” você pode
responder: “Eis me aqui, envia-me a mim!” – “Depois disso, ouvi a voz do
Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então,
disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6.8).
Texto de
Orlando Boyer transcrito e adaptado