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O
problema
seguinte
é o
da
imitação
e a
ênfase
de
certos
hábitos
que,
por
gerações,
foram
a
ruína
de
talentos
criativos.
A
imitação
pode
ser
dividida
aproximadamente
em
três
grupos:
imitar
um
indivíduo
que
é um
produto
da
imaginação
do
ator;
imitar
uma
pessoa
real
que
o
ator
decide
ser
o
tipo
de
personagem
que
o
seu
papel
exige;
imitar
as
características
e
maneirismos
pessoais
de
outro
ator.
A
imitação
é
uma
antítese
da
originalidade
e da
criatividade.
Não
pode
haver
imitação
no
palco
e ao
mesmo
tempo
presença
da
vida,
da
verdade,
da
realidade.
Normalmente,
um
ator
começa
sua
carreira
imitando
uma
semelhança
de
um
personagem
ao
invés
de
tentar
viver
como
uma
pessoa
real
no
palco.
Isto
acontece
em
virtude
de
uma
falta
de
compreensão,
conhecimento
e
treinamento
da
sua
parte.
O
ator
que
depois
se
dedica
a
imitar
seu
comportamento
de
forma
contrária
à
sua
expressão
própria
obtém
os
piores
resultados.
No
entanto,
se
ele
esboçar
estas
mesmas
imagens
e
passar
a
adaptá-las
ao
que
é
real
na
sua
própria
mente
e
meio,
seu
personagem
será
muito
mais
vivo
e
expressará
a
realidade
no
palco.
Isto
trará
também
originalidade
e
espírito
criativo.
Talvez
agora
o
leitor
queira
saber
porque
o
ator
não
pode
copiar
uma
pessoa
da
vida
real
e
depois
personificá-la
no
palco;
por
exemplo,
alguém
que
ele
conhece
há
anos
e
que
ele
decide
ser
exatamente
o
tipo
de
personagem
que
o
texto
pede.
A
resposta
é
sim,
se
ele
não
tentar
primeiro
obter
o
resultado
final.
O
resultado
final
neste
caso
seria
uma
imitação
direta
de
uma
pessoa
que
ele
conhece
na
vida
real.
Primeiro,
ele
deve
dar-se
conta
de
que
ele
nunca
poderá
ser
realmente
aquela
pessoa,
mas
em
vez
disto,
poderá
criar
as
mesmas
qualidades
da
pessoa
que
se
aplicarão
diretamente
à
sua
caracterização.
Para
fazer
isto,
o
ator
tem
que
usar
seu
próprio
corpo
e
suas
próprias
emoções
para
expressar
o
personagem,
desse
modo
tornando-o
real.
O
que
acontece
quando
nós
tentamos
obter
primeiro
o
resultado
final,
isto
é,
uma
imitação
direta
da
pessoa
real
que
conhecemos
sem
criar
motivações
para
o
seu
comportamento?
Não
é
difícil
imaginar
os
resultados,
pois
nós
os
vemos
freqüentemente.
O
personagem
será
uma
caricatura
mal
desenhada,
ao
contrário
de
uma
bela
peça
de
arte
que
poderia
ser
criada.
Sua
fala
será
mimética
ao
invés
de
natural,
seu
modo
de
andar
e
movimentos,
em
geral,
serão
exagerados.
Em
uma
caracterização
biográfica
de
uma
pessoa
real
cujos
maneirismos
pessoais
todo
mundo
conhece,
muito
pode
depender
da
maquiagem.
Ele
deve
deixar
que
o
personagem
flua
através
de
suas
emoções
e
movimentos,
sem
tentar
obrigar,
seus
mecanismos
a
reagir
a
uma
imagem
ou
um
elemento
estranho
imposto
por
um
clichê.
O
terceiro
tipo
de
imitação
que
veio
até
nós
através
da
história
do
teatro
dramático
é a
cópia
ou
imitação
de
outro
ator.
Este
fenômeno
singular
quer
conscientemente
ou
inconscientemente,
deve
ser
considerada
uma
negação
total
do
objetivo
do
ator
na
vida.
Será
que
o
seu
objetivo
não
vai
além
de
apenas
"ganhar
na
vida?"
A
arte,
a
criatividade
e a
expressão
pessoal
não
entram
em
questão?
Através
de
uma
associação
constante
no
palco
com
uma
personalidade
forte
e
atraente
é
possível
que
algumas
qualidades
típicas
de
um
ator
sejam
vistas
em
outro.
Algumas
das
qualidades
podem
ser
boas,
outras
ruins.
No
entanto,
o
perigo
está
na
semelhança
que
é
freqüentemente
visível
para
o
público.
Alguns
atores
adotam
inconscientemente
o
estilo
de
outro,
por
causa
de
uma
profunda
admiração
e
desejo
de
ser
como
ele.
Outros
copiam
de
propósito
por
razões
mais
mundanas,
como
por
exemplo,
a
publicidade
e
outras
trivialidades.
Muitas
atrizes,
na
década
passada,
vestiam-se,
posavam
e
comportavam-se
como
Marilyn
Monroe
para
promover
suas
carreiras.
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