Texto Áureo: I Co.
9.7
Leitura Bíblica em Classe:
I Co. 9.6-12
I - INTRODUÇÃO:
A Igreja de Cristo tem
trabalhado com grande afinco
e denodo na tarefa de
evangelização dos perdidos.
Não obstante a Igreja
prosseguir na sua tarefa
principal, depara-se com o
enorme desafio de atuar no
ministério de
compartilhamento com os
menos favorecidos. Vejamos,
pois, as bênçãos e o
galardão de Deus para a
igreja que exercita
misericórdia para com os
necessitados.
II - OS CRISTÃOS POBRES DE
JERUSALÉM:
Leiamos Rm 15:25-29.
1.
O papel da Igreja na
sociedade - O
objetivo principal da Igreja
é glorificar a Deus (I Cor
10:31). Alguém pode
perguntar: “A tarefa
principal da Igreja não é a
evangelização?” A resposta é
afirmativa. Isso, porém, é
conseqüência do glorificar a
Deus. A atividade da Igreja
se direciona em dois
sentidos:
vertical - adoração,
autoridades espirituais;
horizontal - servir
ao próximo, atividades
filantrópicas e sociais.
Por isso Deus estabeleceu
ministérios na Igreja.
2.
O reconhecimento dos gentio
- (v.27). Os gentios deviam
se sentir endividados
espiritualmente com os
judeus; afinal Jerusalém era
a igreja-mãe. Como nós, no
Brasil, conhecemos os nossos
pioneiros suecos, e temos
uma admiração profunda pela
Suécia, a nossa mãe, que nos
enviou os primeiros
missionários. Assim também,
os gentios tinham apreço
especial pelos irmãos judeus
de Jerusalém.
3.
Jerusalém e suas
necessidades -
Agora, a igreja de Jerusalém
padecia necessidades. O
apóstolo Paulo era um homem
muito cuidadoso. Tudo o que
fazia, o fazia com dedicação
e empenho (Ec 9.10). Seu
cuidado com as igrejas não
se restringia apenas ao
plano espiritual. Paulo,
sabendo dessa necessidade,
levantou ofertas na
Macedônia, na Acaia (v.26; 2
Co 8.1), em Corinto e na
Galácia (l Co 16.1-3; 2 Co
8.6-11; 9.1-5), para suprir
as necessidades dos irmãos
pobres de Jerusalém.
4.
Objetivo de Paulo
- O apóstolo Paulo
via a necessidade de unir as
igrejas gentias com a de
Jerusalém. Os gentios ainda
eram vistos com suspeitas
por causa dos costumes
judaicos. Essa oferta era um
gesto espontâneo baseado no
amor fraternal, e com isso
levava os gentios a
reconhecerem sua dívida
espiritual com Jerusalém.
Não era uma inovação, pois,
cerca de 11 anos antes,
juntamente com Barnabé,
Paulo levou uma oferta para
os necessitados de Jerusalém
(At 11.30).
III - A NECESSIDADE ATUAL:
1.
“Ministrar aos santos”
(v.25). Essa expressão diz
respeito ao serviço social
prestado pelo apóstolo aos
irmãos pobres de Jerusalém.
Ministério significa
serviço. Deus incluiu entre
os ministérios dados à
Igreja, o serviço social (Rm
12.8); depois, dons de
curar, socorros, governos,
variedades de línguas” (l Co
12.28).
2.
Mazelas sociais -
Mc 14.7 - Hoje se fala dos
meninos e meninas de ruas
juntamente com os idosos
abandonados, da prostituição
infantil, das freqüentes
invasões de terra, do
desemprego e de outras
mazelas. O que a Igreja tem
feito para aliviar o
sofrimento dessa gente? É
bom lembrar que desde o
princípio do mundo que os
trabalhos filantrópicos
estiveram sempre ligados à
religião (Tg l .27).
3.
Pão para quem tem fome
- Não podemos ficar
alheios ao sofrimento do
próximo (1 Jo 3.17). Convém
lembrar que uma cesta básica
não resolve o problema do
pobre. O problema é
resolvido à medida que essas
pessoas forem absorvidas no
mercado de trabalho,
ganhando seu pão com o suor
do seu rosto. A cesta básica
é um paliativo até que essas
pessoas consigam emprego. O
que não se deve é despedir
sem nada o necessitado.
Tiago chama esse
procedimento de fé morta (Tg
2.14-17).
IV - A FILANTROPIA NA
BÍBLIA:
1.
Esta palavra
significa
“humanitário, amigo da
humanidade”, e
vem do grego filós, “amigo”
e anthropos, “homem”. Ora,
se os que não têm esperança
estão sempre dispostos a
ajudar a seu próximo, por
que não nós, que somos
filhos da luz? O cristão tem
inclinação para ajudar os
pobres e necessitados,
porque ele é “participante
da natureza divina” (2 Pe
1.4).
2.
Desde Moisés. O
assunto da filantropia vem
desde Moisés e perpassa toda
a Bíblia. Jesus deu o
exemplo de filantropia numa
época em que não havia
infra-estrutura e nem
organização estatal. Quando
falamos de trabalhos sociais
e filantrópicos queremos
mostrar as várias maneiras
pelas quais a Igreja procura
socorrer os pobres nas suas
necessidades. Como o pecado
é a causa primária dessa
miséria, enquanto o mundo
subsistir, estas coisas
estarão presentes.
3.
No Cristianismo.
Não demorou muito para que
os serviços sociais
surgissem na Igreja. Os
apóstolos delegaram esses
trabalhos aos irmãos
vocacionados, de boa
reputação, cheio do Espírito
Santo e de sabedoria. Os
apóstolos deram assim
importância a essa
atividade, não ficando
alheios aos problemas dos
necessitados. Isso está
muito claro em Atos 6.1-6,
quando houve a separação de
crentes para o diaconato, a
fim de servirem nesse
ministério.
V. AS BÊNÇÃOS DE DEUS:
1.
Comunicar e comunicação
- O apóstolo Paulo costuma
usar o verbo “comunicar” ou
o substantivo “comunicação”
com referência ao ato de o
cristão compartilhar o que
tem com os demais (2 Co 8.4;
Fp 4.15). A Versão Almeida
Atualizada usa o verbo
“associar”. Isso diz
respeito à ajuda aos
necessitados (Hb 13.16) e
também à ofertas ou ao
sustento missionário (Fp
4.15).
2.
Deus promete retribuir -
Quem ajuda ao necessitado,
Deus o abençoa (2 Co
9.8-12). Temos a promessa de
Deus de uma boa colheita -
salário abençoado. Por isso,
Jesus disse que é melhor dar
do que receber (At 20.35).
Jesus garantiu que quem
assim faz, de maneira
nenhuma perderá o seu
galardão (Mt 10:42).
3.
A omissão dessa
responsabilidade é pecado.
Deus abençoa, tanto no
sentido espiritual como no
material aos que ajudam os
necessitados. Ele aumenta os
bens materiais para que
também aumente as condições
de ajuda aos necessitados.
Quem dá ao pobre empresta a
Deus (Pv 19.17). Qualquer
omissão diante desta
responsabilidade espiritual,
pesa sobre a Igreja, pode
resultar em graves
conseqüências. A Bíblia diz
que o “que retém o trigo, o
povo o amaldiçoa” (Pv
11.26).
4.
A caridade fraternal.
Infelizmente ainda há
igrejas que continuam
insensíveis às necessidades
do pobre e aos serviços
sociais. Dão muita ênfase à
guerra espiritual, ao mundo
invisível, mas não se
importam com o mundo
visível. Não devemos nos
esquecer da hospitalidade,
dos presos e dos maltratados
Hb 13.1-3).
VI - CONSIDERAÇÕES FINAIS:
A generosidade cristã não
deve restringir apenas aos
trabalhos filantrópicos. Deve
ser extensivo ao trabalho de
Deus, nos dízimos e nas
ofertas, para a expansão do
reino de Deus. O ex-primeiro
ministro de Israel, Ben
Gurion, disse certa vez que
Israel vive dos missim e
nissim, jogo de palavras
hebraicas que significa:
“impostos e milagres”. A
obra de Deus se faz com
recursos financeiros -
dízimos e ofertas -, e com
os milagres. A igreja de
Filipos tinha essa visão e
não se esqueceu do apóstolo
Paulo. O apóstolo ficou
deveras agradecido aos
filipenses pela lembrança e
pela ajuda (Fp 4.14-19). |