O cristão é pessoa
que é dotada de liberdade, porque alcançou a salvação e a liberdade
do cristão é incompatível com qualquer vício, vez que o vício
escraviza o homem. Por isso, o cristão sincero e verdadeiro não se
deixa dominar por qualquer vício.
Introdução
Na história da humanidade, o homem sem Deus, imerso no pecado, é
cegado pelo deus deste século (II Co.4:4) e, assim, não vê a
realidade da vida. Em conseqüência disto, deixa-se dominar por
coisas banais e por ilusões. Surgem daí os vícios que têm perpassado
a história humana, sendo um eficaz instrumento para a destruição de
preciosas vidas. Por isso, vemos que o vício é uma arma satânica,
pois dele é o trabalho para roubar, matar e destruir as pessoas (Jo.10:10).
Não nos deixemos, pois, enganar com eles !
O CRISTÃO E
OS JOGOS DE AZAR
- O jogo é uma atividade que existe desde a Antigüidade, como
demonstram achados arqueológicos. Sendo uma aposta ou uma busca no
acaso de algum resultado ou conclusão, o jogo, não poucas vezes,
esteve relacionada naquela época a práticas religiosas de
adivinhação ou de busca de vontade dos deuses.
- Muitos são os conceitos de jogo, mas "... parece melhor afirmar
que um jogo é qualquer atividade onde o elemento do acaso ou sorte é
o elemento primordial. Especialmente, se estiver envolvido algum
dinheiro, então estará havendo jogo, sem importar se aquela
atividade seja ou não chamada, oficialmente, de jogo...De acordo com
a definição mais comum, entretanto, um jogo é um risco que envolve
dinheiro, que se pode ganhar ou perder mediante uma aposta..."(R.N.
CHAMPLIN, Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, v.3,
p.568-9).
- Assim sendo, o jogo sempre envolve ganho em dinheiro mediante uma
aposta, ou seja, arrisca-se certa quantia na sorte, no acaso, para
que se possa obter mais do que se arriscou. Logo se percebe que o
intento do jogo é amealhar dinheiro, obter ganho sem que se tenha
esforço algum, apenas por força da sorte, do acaso. Não é este,
entretanto, o padrão divino estabelecido para o homem. Após a queda,
Deus determinou ao homem que, do suor do seu rosto haveria ele de
obter a sua sobrevivência (Gn.3:19). O jogo é, portanto, uma
tentativa humana de escapar ao juízo divino, mais uma ilusão trazida
pelo adversário para que o homem ache poder ser auto-suficiente e se
libertar de uma ordenação divina.
- Não é por outro motivo, pois, que ao jogo sempre se associa o que
é reprovável e abjeto na sociedade. As grandes cidades de cassinos e
de toda sorte de jogos (Las Vegas e Atlantic City, v.g., nos Estados
Unidos) são também verdadeiros antros de prostituição e de comércio
de substâncias entorpecentes. O jogo é um chamariz para toda
atividade maléfica e danosa à moral e aos bons costumes, pois ele
próprio o é. No Brasil, é o jogo do bicho o grande financiador do
narcotráfico e do crime organizado, que hoje está sem controle,
formando um poder paralelo nas grandes metrópoles, em especial São
Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
- O jogo somente existe por causa da ganância do homem, por causa da
avareza, que a Bíblia diz ser idolatria (Cl.3:5). Como ensina R.N.
Champlin, "um forte argumento cristão contra o jogo é que exibe
falta de fé no suprimento dado pelo Senhor. No entanto, os
aficcionados do jogo retrucam que Deus é capaz de suprir algum
dinheiro através do jogo. Mas, não devemos nos esquecer que o Novo
Testamento exalta o trabalho árduo e a boa mordomia, o que elimina
totalmente a prática do jogo, em qualquer de suas formas. Ver II Ts.3:10-12;
Ef. 4:28; I Co.10:23; Gl.5:13,14; Mt.22:37; I Ts.5:22 e Rm.12:9." (R.N.
CHAMPLIN, op.cit., v.3, p.569).
- Quem joga está dizendo que não confia em Deus e nas Suas promessas
de que dará sempre o necessário aos Seus servos. Quem joga,
portanto, não pode orar como o Senhor nos ensinou, pedindo o pão
nosso de cada dia, pois não confia que Deus possa dar-lhe e recorre
ao jogo para obtê-lo. Quem jogo está dizendo que prefere o dinheiro
a qualquer outra coisa na vida, pois está usando dinheiro para
ganhar mais dinheiro e, assim, corre o risco de trazer para si
grandes tribulações e problemas (I Tm.6:9,10). Quem joga arrisca
dinheiro esperando ganhar mais dinheiro, mas, com certeza, por
dinheiro, perde a sua dignidade e o seu caráter.
- O jogo é um ótimo negócio, para quem banca o jogo. Exemplo disso
são os cassinos americanos e os bingos brasileiros, que enriquecem
apenas seus donos; o jogo do bicho no Brasil, que enriquece apenas
os banqueiros do bicho; as loterias, que só enchem as burras do
governo. Enquanto isso, milhares e milhares de jogadores são
lançados à penúria e à ruína.
- O Brasil é um país em que o jogo é veiculado principalmente pelo
Governo que, embora proíba o jogo do bicho (que fomenta, entre
outras coisas, a corrupção policial e o narcotráfico), criou
inúmeras loterias e as administra. Na Constituição da República,
ficou estabelecido, inclusive, que a previdência social viverá,
dentre outros recursos, dos provenientes das loterias (art.195, II
). Aliás, apesar (ou por causa disso), o déficit da Previdência
Social seja cada vez mais crescente...
- A obtenção do dinheiro pelo jogo é tão agradável aos olhos do
mundo que, não raro, se criam jogos, sorteios, rifas e concursos
para se angariar recursos para obras beneméritas e filantrópicas.
Com efeito, se não houver a promessa de vantagem, as pessoas não se
dispõem a ajudar uma obra de caridade pública. Entretanto, nem mesmo
assim, o crente deve praticar esta atividade. Se quiser ajudar uma
obra pia, que o faça sem querer nada em troca, pois o amor do
cristão é desinteressado. Deste modo, não podemos concordar com
práticas que, lamentavelmente, têm aumentado no meio evangélico, de
se criarem sorteios, concursos, verdadeiros jogos com o objetivo de
angariar recursos para a obra do Senhor. Se os crentes não se
dispõem a ajudar a obra de Deus voluntariamente, para que angariar
recursos por estes meios? A Bíblia ensina que Deus ama ao que dá com
alegria, ao que dá de coração, não ao que ajuda buscando, com isto,
levar vantagem, obter ganho ou lucro. Se não haverá bênção nesta
espécie de contribuição, para que nos conformarmos com o mundo,
praticando seus atos que resultado espiritual benéfico algum trará
para a igreja ? (Rm.12:1,2).
OBS: "...Governos, escolas e até mesmo igrejas têm apelado para o
jogo a fim de pagarem suas despesas, construírem instalações,
promoverem caridades, dirigirem sistemas escolares etc. O sucesso
desses empreendimentos depende do fator humano em que as pessoas
dispõem-se a gastar dinheiro em seu auto interesse, embora não
fossem comovidas, de qualquer outro modo, a contribuírem
financeiramente para alguma boa causa..."(R.N. CHAMPLIN, op.cit.,
p.569)