INTRODUÇÃO
Jesus Cristo mandou pregar o
evangelho a toda a criatura,
em todo o mundo. Nenhum
lugar pode ficar excluído e
nenhuma pessoa deve ser
considerada
não-evangelizável. No
Brasil, como em muitos
países, 80% das pessoas
vivem nas cidades, ao
contrário do que havia há
poucas décadas, quando a
maior parte vivia nas áreas
rurais. Este é um grande
desafio para as igrejas
cristãs. As cidades têm
grandes e graves problemas,
próprios do crescimento
urbano desordenado a que são
submetidas, tais como
concentração excessiva de
pessoas, desigualdades
sociais, problemas de
habitação, favelas, falta de
saneamento, de saúde, etc.
No que tange à
evangelização, as cidades
oferecem facilidades e
dificuldades, como veremos
adiante. As igrejas precisam
ter estratégias de trabalho
para alcançar as cidades. Há
diferenças, entre
evangelizar numa Metrópole e
num lugar interiorano. Neste
estudo, apenas damos uma
pequena contribuição à
reflexão sobre o assunto.
1.
FENÔMENO DAS CIDADES
No inicio de tudo, os homens
viviam em áreas
agro-pastoris. Com o passar
do tempo, a escassez de bens
os obrigava a sair, em busca
de outros locais para
sobrevivência. Sempre houve
uma tendência para os homens
se concentrarem em tomo de
um núcleo populacional. A
famosa TORRE DE BABEL foi
uma tentativa de
concentração urbana, não
aprovada por Deus. Este
queria que os homens se
multiplicassem, enchendo a
Terra. Damy
FERREIRA (P. 139) vê
a evolução das cidades em
várias etapas.
A primeira, de 5.000 a.C. a
500 d.C, até à queda de
Roma, quando se
estabeleceram grandes
cidades como Jericó, Biblos,
Jerusalém, Babilônia,
Nínive, Atenas, Esparta e
Roma. Eram as chamadas
"polis".
A segunda, quando
encontramos, na Renascença,
já na Idade Moderna, as
cidades de Roma, Florença,
Constantinopla, Londres,
Paris, Toledo, entre outras.
Eram as chamadas "neópolis".
A terceira, com a Revolução
Industrial, por volta de
1750, quando apareceram
cidades-pólos, como Nova
lorque, Chicago, Londres,
Berlim, Paris, Tóquio,
Moscou, etc. São as
"metrópoles", verdadeiras
cidades-mães. A última
etapa, já na época atual,
surgiram as "megalópoles",
com cidades-satélites e
bairros ligados uns aos
outros. Dentre elas,
destacam-se São Paulo, Rio
de janeiro, Tóquio, Londres,
Nova lorque, etc. As cidades
em geral são tratadas como
de pequeno, médio e grande
porte, dependendo da
população, tamanho,
influência, etc.
2.
AS CIDADES NA BÍBLIA
Há quem pregue que as
cidades são de origem
humana, sem a aprovação
divina, alegando que a
primeira cidade foi criada
por um homicida, Caim. E que
Deus planejou um jardim e
não uma Cidade (Gn
4.17).Depois do Dilúvio, os
homens procuraram fazer
cidades.
Nessa visito, diz-se que há
um plano diabólico para as
cidades. Elas, quanto
maiores, são o refúgio ideal
para criminosos, centros de
prostituição, do crime, da
violência. De fato, as
aglomerações urbanas, nos
moldes em que sido
construídas, resultam em
lugares perigosos, onde a
qualidade de vida, em geral,
torna-se difícil para o
bem-estar espiritual e
humano.
Discordando da opinião dos
que vêm a cidade como
centros mais favoráveis ao
diabo,
Ferreira (P. 140) diz
que Deus tem planos
importantes para as grandes
cidades. O Cristianismo
surgiu numa grande cidade -
Jerusalém - , espalhando-se
por grandes centros, como
Samaria, e Antioquia. Por
outro lado, Deus mandou
Abraão sair de Ur, uma
grande cidade, e mandou
começar a conquista de Canal
por Jericó, de porte
considerável para sua época.
Linthicum, p.
27 diz que "a Cidade
é campo de batalha entre
Deus e satanás" e que Ele se
preocupa com o bem-estar da
Cidade (Jn 4.10) e que a
atividade redentora de Deus
centraliza-se em muito nas
cidades (51 46.4-5; Zc 8.3;
Mc 15.21.39), lembrando que
a vinda do reino de Deus é
descrita como a vinda de uma
Cidade redimida - a Nova
Jerusalém (Ap 21-22). Deus
permitiu que Israel
construísse cidades (Am
9.14); em Canaã, em meio as
cidades tomadas, Deus
determinou que houvesse
"cidades de refúgio" (Nm
35.11).
3.
JESUS E AS CIDADES
No seu ministério terreno,
Jesus desenvolveu a
evangelização tanto na área
rural como nas cidades.
"Andava de cidade em cidade"
(Lc 8.1); "Chegou á cidade,
viu-a e chorou sobre ela" (Lc
19.41); "mandou pregar em
qualquer cidade ou povoado"
(Mt 10.11). Seguindo o
exemplo de Jesus, a igreja
atual precisa enfrentar o
desafio da evangelização ou
das missões urbanas.
4.
DESAFIO DAS MISSÕES URBANAS
As cidades, com sua
complexidade social,
cultural , econômica,
emocional e espiritual,
constituem-se campo propício
para atuação da igreja ou do
inferno; dos cristãos ou dos
feiticeiros; dos homens de
bem ou dos assassinos. A
cidade em que vivemos é
campo de batalha entre Deus
e o diabo; a cidade
pertencerá aos céus ou ao
inferno; depende de quem
agir com mais eficiência e
eficácia, com as forças dos
céus ou do inimigo. Segundo
LINTHICUM (p.
23), os sistemas
sociais, econômicos,
políticos, educacionais. e
outros, na Cidade, estio sob
a influência dos demônios,
das potestades das trevas. É
preciso muito poder, muita
oração, muito jejum e muita
ação para que as estruturas
das cidades sejam tomadas do
poder do inimigo. O desafio
é grande. Mas o que está
conosco é maior do que ele.
4.1. PONTOS FAVORÁVEIS PARA
AS MISSÕES URBANAS
HESSELGRAVE (p. 71), diz que
as cidades são pólos de
influência sobre toda uma
área a seu redor, sendo, por
isso mais favoráveis para a
implantação de igrejas,
pelas seguintes razões:
1)
Abertura as mudanças;
2)
Concentração de recursos;
3)
Potencial para contato
relevante com as comunidades
em redor.
4.2. PONTOS DESFAVORÁVEIS
PARA AS MISSÕES URBANAS
1)
Populações concentradas
verticalmente em edifícios
fechados. Os
condomínios, hoje, são quase
impenetráveis aos que
desejam evangelizar
pessoalmente.
2)
Excesso de entretenimento.
Antigamente, só havia um
pequeno campo de futebol em
cidades de médio porte.
Hoje, há estádios grandes,
que atraem muita gente; a
televisão tirou as pessoas
das ruas e as confinou
dentro de suas casas. O
evangelismo pessoal é muito
dificultado nessas
condições. O uso da
televisão é muito caro para
atingir as pessoas
confinadas em suas casas.
3) A
concentração de igrejas
diferentes, além das
seitas diversas, causam
confusão junto à população.
Cada uma evangelizando com
mensagens diferentes e
contraditórias Parece que há
um "supermercado da fé". Há
quem ofereça religião como
mercadoria mais barata, em
"promoção", com descontos
(sem exigências, sem
compromissos) e há os que
"cobram" caro demais, com
exigências radicais.
4) O
elevado grau de materialismo
e consumismo, do
homem urbano faz com que o
mesmo sinta-se
auto-suficiente, sem a
necessidade de Deus.
5) Os
movimentos filosófico-
religiosos, tipo Nova
Era, apontam para uma vida
isenta de responsabilidades
para com o Deus pessoal,
Senhor de todos. Como
enfrentar essas
dificuldades?
5.
ESTRATÉGIAS PARA AS MISSÕES
URBANAS
1) ORAÇÃO E JEJUM PELA
CIDADE. O homem
pecador se opõe a Deus (1 Co
2.14; Rm 8.7; Ef 2.1). O
diabo força o homem a não
buscar a Deus (Ef 2.2; 2 Co
4.4). Qualquer plano de
evangelização por melhor que
seja, com recursos, métodos,
estratégias, fracassará, se
não tiver o PODER DE DEUS.
Este só vem pela busca, pela
Oração. Deus age. Fp 1.29;
Ef 2.8; Jo 6.44. Os demônios
infestam as cidades. Só são
expulsos pelo poder da
oração (Sl 122; Jr 29.7; Lc
19.41). A oração é a base.
2) PREPARO DAS PESSOAS
PARA A EVANGELIZAÇÃO DAS
CIDADES. Esse
preparo refere-se ao estudo
da Palavra de Deus. É o
preparo na Palavra (2 Tm
2.15). As seitas preparam
bem seus adeptos. As igrejas
precisam gastar tempo e
recursos no preparo dos que
evangelizam.
3) PLANEJAMENTO DA
EVANGELIZAÇÃO. O
sucesso da evangelização
depende do Espírito Santo.
Só Ele convence o pecador (Jo
16.8). Entretanto, no que
depende de nós, precisamos
fazer o que está ao nosso
alcance, a nossa parte.
a) Definir áreas a serem
evangelizadas. (Bairro,
quarteirão, ruas)
b) Definir os grupos de
evangelização
c) Distribuir as áreas com
os grupos (Rua tal com grupo
tal; ou quarteirão tal com
tal grupo, etc.
d) Estabelecer metas ou
alvos (nº de decisões,
pessoas batizadas, etc..)
e) Preparar os meios
necessários: literatura,
equipamentos, recursos
financeiros, etc.
f) Mobilizar todos os
setores da igreja para a
execução do que for
planejado: jovens,
adolescentes, adultos, com a
LIDERANÇA À FRENTE.
6.
MÉTODOS DE EVANGELISMO PARA
AS MISSÕES URBANAS
6.1. EVANGELISMO PESSOAL.
E o mais tradicional e muito
eficiente, principalmente
nos bairros mais pobres.
Inclui pessoa a pessoa;
casa-em-casa; evangelização
em aeroportos, em bares e
restaurantes; evangelização
em estações rodo e
ferroviárias; na entrada de
estádios; em feiras-livres;
em filas (INAMPS, bancos,
ônibus, etc.); em hospitais,
penitenciárias, em escolas
(intervalos de aula);
6.2. EVANGELISMO EM GRUPO.
Inclui evangelização de
grupos de pessoas: grupos de
alunos, de professores, de
menores abandonados, de
homossexuais, de
prostitutas, e também os já
conhecidos GRUPOS
FAMILIARES, ou células de
evangelização; reuniões
especiais em restaurantes,
chás, classes na Escola
Dominical (foi criada para
isso); evangelização com
fitas cassete e de vídeo
(reúne-se um grupo);
6.3. EVANGELISMO EM MASSA.
Inclui cultos ao ar-livre,
série de palestras ou
conferências nas igrejas;
cruzadas evangelísticas,
campanhas. Só tem valor se
houver uma preocupação séria
com o DISCIPULADO. E melhor
preparar , primeiro, as
pessoas para fazer o
discipulado antes de fazer a
evangelização.
7.
DISCIPULADO.
É indispensável que, em cada
igreja ou congregação, haja
grupos ou setores de
discipulado, que integrem o
novo converso de maneira
segura e acolhedora. Sem
esse trabalho, toda a
evangelização fica
frustrada. Perdem-se mais de
90% das decisões em pouco
tempo.
8.
MEIOS PARA A EVANGELIZAÇÃO
URBANA
1) Programas de rádio e de
televisão;
2) Adesivos para veículos;
3) Revistas, e jornais para
autoridades, consultórios
médicos;
4) Apresentações de corais,
bandas e conjuntos em
público, em praças, em
escolas, em bancos, em
repartições;
5) Distribuição de Bíblias a
autoridades;
6) Literatura (folhetos) bem
selecionados;
7) Exposição de Bíblias e de
literatura evangélica;
8) Artigos em jornais da
cidade;
9) Telefone;
10) Cartas e
cartões-postais; e muitos
outros...
BIBLIOGRAFIA
FERREIRA, Dam. Evangelismo
total Rio, Juerp, 1990.
HESSELGRAVE, David J.
Plantando igrejas. 5. Paulo,
Vida Nova, s.d.
LINTHICUM, Roberto. A
transformação da cidade.
Belo Horizonte, Missão
Editora, 1990.
Pr. Elinaldo Renovato de
Lima - www assembleiadedeus-rn.org.br |