Para Patrícia, cada dia era
mais difícil levantar pela
manhã e enfrentar um novo
dia. Ela Pensava: "Para quê.
Por que a vida é tão
monótona, sem cor, sem
vibração? Fazer as mesmas
coisas diariamente, uma
rotina tão sem graça.
Encontrar sempre as mesmas
pessoas enfadonhas...".
Sentia-se muito deprimida.
Mas a culpa era sua. Não
tinha coragem de dar uma
reviravolta em sua vida. Se
não fosse tão insegura...
Não conseguia imprimir um
ritmo mais vibrante em seu
cotidiano. Ela mesma não
tinha o menor dinamismo.
Além disso, não tinha a
menor graça. Nunca
despertava o interesse de
ninguém. Quais seus
atrativos? Não sabia dizer.
Jamais alguém lhe dissera:
"Vá em frente, menina. Você
vai vencer. É jovem, bonita,
inteligente, capaz. Sei que
você conseguirá" Se ao menos
alguém a incentivasse...
Mas um dia (e que dia
maravilhoso foi esse!),
Patrícia conheceu Alberto,
que atenção ele lhe deu, que
interesse em saber sua
opinião, seus gostos. Quanta
afinidade entre ambos. O
tempo passou, a amizade
cresceu. Alberto a
compreendia, protegia,
incentivava, valorizava.
Patrícia estava, enfim
vivendo!
Quando tiveram a primeira
relação sexual ela sentiu,
com muito temor, que toda
insegurança estava
retornando, mas logo pensou:
"Não, Alberto deve realmente
me amar, senão não
chegaríamos a esse ponto.
Devo encarar esta situação
como investimento para o meu
futuro. Quero assegurar a
minha felicidade!”.
A notícia da gravidez caiu
como uma bomba no
relacionamento. Alberto foi
duro, ríspido, repreendeu-a
por não ter se precavido.
Voltou para vê-la algumas
outras vezes, frio distante,
desinteressado e foi
sumindo, sumindo...
O bebê nasceu e Patrícia
estava triste, deprimida,
insegura, um lixo.
Certamente ficou feliz ao
tornar-se mãe, mas era tão
difícil levantar e ter que
enfrentar um novo dia tão
rotineiro e sem graça.
Mas um dia (e que dia
maravilhoso foi esse) ela
conheceu a Pedro...
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