Shavuot - Festa da Semana ou
Colheita
1.
Shavuot no calendário
judaico.
Shavuot palavra que
em hebraico significa
semana, é celebrada nos dias
6 e 7 de Sivan, ou seja, 50º
dia da "Sefirat HaOmer".
(sete semanas contadas a
partir do 2º dia de Pessach).
Shavuot é uma das três
festividades de peregrinação
nas quais a visita a
Jerusalém e ao Templo era
obrigatória. As outras duas
festividades são Pessach e
Sucot.
2.
Denominações da festa
Chag
HaShavuot - Festa das
Semanas, que conclui o
período de sete semanas, no
qual se conta o Omer.
Assinala o começo da
colheita do trigo.
Chag
HaBikurim - Dia das
Primícias - "E no dia das
primícias ordenes aos filhos
de Israel e digas: ao
oferecer-me vossos
sacrifícios cuidado em
fazê-lo em tempo, nas
semanas sagradas, e terão
reunião santa, e não
realizarão nenhum trabalho.
(Números 28,2). Sobre os
pães da primícia, que se
sacrificam no Templo, e
sobre o período das
primícias, que se inicia em
Shavuot, cada um é imposto a
trazer primícias das sete
espécies perante Deus, no
Templo. (Deuteronômio 26).
Zman
Matan Toratenu -
(Data da Entrega da Nossa
Lei) - Esta denominação não
consta na Torá. Foi
atribuída pela tradição
popular como o dia em que o
povo de Israel recebeu de
Deus por intermédio de
Moisés, os Dez Mandamentos,
no Monte Sinai. O Decálogo
com os mandamentos básicos
do judaísmo, estão gravados
nas duas Tábuas da Lei.
Chag
HaKatzir - (Festa da
Colheita) - Baseia-se no
versículo "Vechag hakatzir
bucurei Masseichá, asher
tizrá bassadê", ou seja: " é
a festa da colheita das
primícias frutos do teu
trabalho que houveres
semeado no campo". (Êxodo
XXIII, 16).
Pentecostes - Palavra
grega que significa
"qüinquagésimo", pois em
Shavuot celebra-se o
qüinquagésimo dia após o
início da contagem dos dias
do Omer, mencionado na
primeira noite de Pessach.
Atséret - A palavra "Atséret"
significa "reunião", e
Atséret é o único nome pelo
qual Shavuot é chamado no
Talmud. Os rabinos do Talmud
consideravam Shavuot como o
dia de encerramento da
festividade de Pessach, que
devia ser comemorado como um
dia de "reunião solene" e
"convocação sagrada". Eles
consideravam que a relação
entre Shavuot e Pessach era
a mesma que entre Shemini
Atséret e Sucot. Shemini
Atséret era a conclusão de
Sucot e Shavuot a conclusão
de Pessach.
3.
Shavuot - Festa campestre e
festa religiosa
O caráter mais antigo de
Shavuot é o de festa
campestre. No mês de Sivan
termina a colheita de
cereais. Um momento de tal
importância na vida do povo
dedicado ao cultivo da
terra, não podia transcorrer
sem a recordação de Deus, e
sem uma exteriorização de
gratidão. Assim, pois, dos
próprios produtos que,
graças à proteção divina
puderam ser extraídos do
solo, eram separadas as
primícias, como oferenda.
Por isso Shavuot é chamada
também, Chag Habikurim,
Festa das Primícias. Na
época do Templo, Shavuot se
caraterizava pelas
peregrinações. Grandes
grupos de agricultores
afluíam de todas as
províncias e o país adquiria
um aspecto animado e
pitoresco. Os peregrinos se
organizavam em longas
caminhadas, e dirigiam-se
para Jerusalém, acompanhados
durante o trajeto pelos
alegres sons de flauta. Em
cestos decorados com fitas e
flores, cada um conduzia a
sua oferenda; primícias de
trigo, cevada, uvas, figos,
romãs, azeitonas, tâmaras.
Produtos que deram renome ao
solo de Eretz Israel.
Chegados à Cidade Santa,
eram acolhidos com cânticos
de boas vindas e penetravam
no Templo, onde faziam a
entrega dos seus cestos ao
sacerdote. A cerimônia se
completava com hinos e
toques de harpas e outros
instrumentos musicais.
4.
As Sete Espécies
Em "Chag HaShavuot" a
entrega de "bikurim" é
simbolizada por sete
espécies, frutos da terra e
do trabalho dos hebreus.
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Trigo
e
cevada
(chitá usseorá)
são produtos de
inverno, que se
beneficiam com a
estação das
chuvas. A cevada
amadurece antes
do trigo, logo
nos primeiros
dias de
primavera, na
época de Pessach.
O Omer era uma
medida de cevada
que se trazia ao
Templo a partir
do segundo dia
de Pessach. O
trigo, por
amadurecer mais
tarde, só era
levado ao
Templo, por
ocasião de
Shavuot |
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Uva (Guefen)
- em Israel,
geralmente, a
uva só amadurece
durante os meses
de Tamuz e Av
(junho e julho).
Porém, em
algumas regiões,
pode-se já
colher alguns
cachos em Sivan,
na época de
Shavuot. A
Bíblia nos fala
do episódio de
exploradores,
enviados por
Moisés, de
enormes cachos,
que eram tão
pesados a ponto
de se tornar
necessário
carregá-los a
dois, sobre um
bastão.
Cultiva-se a uva
atualmente nos
montes da
Judéia, e as
grandes
plantações se
encontram em
Rishon Le Tzion
e Zichron Yaacov. |
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Figo
(Teená) -
descansar à
sombra de seu
vinhedo e de sua
figueira, que
representava
para nossos
antepassados o
ideal de uma
vida de paz. A
figueira cresce
na montanha e
requer muito
pouco
tratamento.
Compara-se a
Torá ao figo: "O
figo, ao
contrário de
todas as outras
frutas, é
inteiramente
comível. O mesmo
se passa com as
palavras da Torá;
nenhuma é
inútil".
Encontra-se,
hoje em dia, em
Israel, figos
frescos e figos
secos de
excelente
qualidade. |
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Romã
(Rimon) -
existia na Terra
de Canãa, no
momento da
conquista de
Josué (Números
XII,23). Ela
amadurece
somente no fim
do verão
(agosto,
setembro). Em
Shavuot não se
podia trazer
então a fruta,
porém trazia-se
as flores da
romã, que
enfeitavam os
cestos. Para
definir um homem
cheio de
méritos, diz-se
que ele está tão
completo de
mitzvot quanto a
romã de grãos. |
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Oliva
(Zait) - o país
de Israel era
tão rico em
óleo, que o rei
Salomão pode
pagar com óleo
os cedros do
Líbano, que ele
havia recebido
do rei Tyr. A
oliva amadurece
durante os meses
de Elul, Tishrei
(setembro,
outubro) e,
portanto, o óleo
só era trazido
ao Templo no fim
do verão. |
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Tâmara
(Tamar) - nossos
sábios explicam
que não se trata
do mel das
abelhas, mas do
açúcar das
frutas e, mais
em particular,
da tâmara (tamar).
A tamareira
cresce em
abundância no
vale do Beit
Shean e nas
margens do
Kineret. Esta
árvore dá à
paisagem um ar
de nobreza
incomparável. O
salmista compara
sua crença à do
justo," que
floresce como
uma tamareira". |
5.
Costumes de Shavuot
Os três dias que precedem
Shavuot dedicam-se,
geralmente, ao estudo da
Bíblia e de outros textos
sagrados. As pessoas
preparam-se, assim, para
receber a festa, tal como os
israelitas do deserto se
aprontavam, por ordem de
Moisés, "para o terceiro
dia". Costuma-se passar a
primeira noite de Shavuot em
vigília, entregando-se a
discussões sagradas com
alguns amigos. O Tikun Leil
Shavuot, espécie de
antologia em que figuram
fragmentos de todos os
livros da Bíblia, como
também dos tratados do
Talmud até o Zohar (obra
fundamental da Cabala),
serve de material para as
leituras dessa noite.
Na
Sinagoga
No serviço religioso
realizado na sinagoga, é
incluído a leitura da
promulgação dos dez
mandamentos. Em várias
comunidades costumava-se
recitar os versículos de "Akdamot"
antes de ler a Torá, com
entonação especial e
sensibilizante. Estes versos
foram escritos por Rabi Meir
Bem Rabi Itzhak, cantor na
sinagoga da cidade de
Vermize, educador de Rashi,
e escrevia em arameu e em
versos. Os primeiros 22
pares de versos estão
dispostos em ordem
alfabética de "alef-beit", e
os outros 46 são a sigla de
"Meir Bir Rabi Itzhak,
crescerá com a Torá com boas
ações, bendito seja, forte e
valente". Em outras
comunidades recitava-se os
versículos de "Azharot",
depois da oração de "mussaf"
ou antes de "minchá";
versículos atribuídos à
Shlomo Even Gvirol o Rabino
Eliahu. Nestes versos estão
todas as 613 mitzvot. E, há
aqueles que lêem, na
abertura da Arca Sagrada, o
poema "Ketuba", entre Israel
e a Torá, que foi escrito
pelo Rabi Israel Najara.
Como reminiscência do
caráter campestre de Shavuot,
junta-se a leitura do livro
de Ruth, relato idílico que
descreve a colheita e
demonstra até que ponto a
legislação judaica
considerava a situação dos
desamparados: "E, quando
contardes a ceifa da vossa
terra, não acabarás a orla
de teu tempo ao cortares nem
recolherás as espigas caídas
da tua ceifa: para o pobre e
para o estrangeiro as
deixarás: Eu sou o Eterno,
vosso Deus". (Levítico
23:22). Apesar da
desaprovação inicial de
algumas antigas autoridades
por achar ser uma imitação
de certos ritos da Igreja,
as sinagogas e lares, em
Shavuot, são decorados com
plantas, flores e ramos de
árvores, o que enfatiza a
origem agrícola desta
festividade.
No
lar
Nos lares, são preparadas
comidas especiais,
preferencialmente lácteas e
pratos adoçados com mel.
Este costume tem uma origem
muito interessante, pois
deriva de uma passagem do
Cântico dos Cânticos, do rei
Salomão, que diz: mel e
leite há sob tua língua", o
que significa que a Torá é
tão doce como o mel, tão
nutritiva como o leite.
6.
Meguilat Ruth
Ruth é a heroína moabita do
livro bíblico de Ruth e
antepassada do rei David.
Ruth, que era filha do rei
de Moab, casou-se com um
israelita e viveu com a
família dele em Moab. Quando
seu marido morreu, sua
sogra, Naomi, incentivou- a
voltar para casa, Ruth, no
entanto, recusou- se a
abandonar a idosa Naomi,
prometendo ir com ela e
aceitar seu povo e seu Deus
(Ruth 1:16). Naomi então
instruiu- a nos princípios e
práticas do judaísmo, e Ruth
tornou-se uma convertida
devota. Naomi e Ruth
chegaram a Belém (Beit
Lechem), em Yehudá, "no
começo da colheita de
cevada" (Ruth 1:22). Ruth,
que não semeou nos campos de
Israel, recolhe espigas que
caem por detrás dos
ceifadores e, assim, ganha o
pão para si e para sua
sogra. A moabita continua a
obedecer aos conselhos de
sua sogra, pois sabe que
todos eles são produto de
sua sabedoria e seu amor
profundo. Após viver algum
tempo em Belém em grande
pobreza, Ruth casou mais
tarde com Boaz, um parente
de seu falecido marido.
Embora Ruth fosse
fisicamente incapaz de ter
filhos, Deus realizou um
milagre e ela concebeu. Ruth
sobreviveu até o reinado de
seu tataraneto Salomão.
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