Já havíamos feito o apelo
daquela noite, em uma
conferência que realizamos
no Norte do Brasil. Várias
pessoas tinham respondido ao
chamado de se entregar
a Jesus em meio a lágrimas
de arrependimento. A
presença de Deus era quase
que palpável, havia um clima
de temor ao Senhor. Era um
daqueles momentos, no qual
não sabemos se cantamos,
choramos, pregamos ou
simplesmente nos prostramos.
Por incrível que pareça não
era uma conferência de evangelismo, e sim, uma das várias conferências que fazemos
ao redor do Brasil sobre
louvor e adoração.
Preparava-me para encerrar
aquela noite, certo de que
Deus havia tocado e feito
tudo o que estava em seus
planos, quando olho para um
dos meus músicos que costuma
viajar comigo, e vejo um
rapaz, que não me recordo
bem da sua aparência física
literalmente agarrando este
músico e dizendo: "Por
favor, eu preciso entregar a
minha vida para Jesus". Com
lágrimas aquele rapaz
interrompeu a canção por
causa do desespero que tinha
de se entregar ao Senhor.
Saí daquela cidade
totalmente tocado com aquela
cena que presenciei. Hoje,
depois de alguns meses que
se passaram desde aquela
conferência, não consigo
lembrar-me das músicas ou da
mensagem que ministrei, mas
recordo-me muito bem daquela
cena e do peso da presença
do Senhor naquela noite.
O que marcou aquela conferência não foram as minhas canções ou a minha
pregação, mas o fator
diferencial foi, sem dúvida
nenhuma, a presença do
Senhor. A glória de Deus fez
a diferença. Recebemos
vários testemunhos depois
que retornamos para casa, de
pessoas que foram tocadas e transformadas especificamente naquela noite. Agora mais do que nunca estou
convicto de que quando temos
a intensidade da presença de
Deus se torna possível
realizar com êxito aquilo
que fazemos para Ele.
Tenho estado em reuniões onde gastamos horas e dias procurando o melhor
método para evangelizarmos o
mundo, em momento algum
quero que você, que lê este
texto me entenda mal, pelo
contrário, amo métodos e
utilizo vários deles,
entretanto, preciso ser
honesto com você em dizer
que às vezes colocamos mais
expectativa em um novo
método de evangelismo do que
no poder do Espírito Santo.
Em alguns lugares já ouvi
líderes dizerem: "Aqui não
tem jeito! Temos que
encontrar outro método para
tocar as vidas". Será que o
Espírito Santo perdeu o
poder de convencer o homem
do juízo e do pecado? Ou
fomos nós que perdemos a
confiança no Espírito Santo
e estamos confiando em
nossos métodos?
Entendo e creio que o próprio Deus nos ensina e ajuda a encontrarmos
métodos para atingirmos uma
cultura específica, porém,
recuso-me a crer que existem culturas onde a presença do Senhor não faça a diferença.
Conheço a realidade da América latina, dos EUA e da Europa, lugares onde
tive a oportunidade de
visitar, e tenho a convicção
de que Deus não foi pego de surpresa pelas dificuldades apresentadas em cada uma dessas
culturas. Nestes dias
precisamos sempre parar e
pensar qual o nível de expectativa que colocamos em um novo método de evangelismo. Será que temos
confiado mais em um método
do que no Espírito?
Alguém disse: "Os pródigos voltarão para a casa do Pai quando o amor do
Pai retornar à casa do Pai".
Será que o nosso fracasso no
evangelismo não está no fato
das pessoas virem às nossas
reuniões à procura do Pai e
somente encontram uma
cadeira confortável, um
café, uns biscoitos e na saída alguns sorrisos e etc? O que o Mundo deseja ver em nós? O que os
jovens da nossa nação estão
procurando? Um clube para
jogar basquete e sair com os amigos ou será que eles estão clamando por algo que transcende
a mediocridade dos nossos
domingos? Meus queridos
irmãos! Estou convencido de
que precisamos mais de Deus
em nossas reuniões e menos
um pouco do nosso controle
se queremos alcançar os
perdidos na nossa geração.
Neste texto apenas compartilho um pouco do que tem estado ultimamente no
meu coração. Tenho
presenciado métodos após
métodos serem frustrados e a
cada dia aparecemos com um
novo e o denominamos: "O
Método de Evangelizar o
Mundo". Observo pastores que
pulam de um método para o
outro em busca do perfeito,
e acabam frustrados ao
perceberem que estes deram
resultados e efeitos
mínimos. Será que não é hora
de voltarmos para alguns
princípios simples das
escrituras? Será que já
cansamos da simplicidade do
evangelho? Será que a
mensagem da cruz perdeu a
sua eficácia? Ou será que
temos temperado demais a
mensagem com a doçura da
complacência?
Garanto uma coisa, a mensagem da cruz não perdeu a sua eficácia, é mais
provável que estejamos
perdendo a fé no seu poder.
A mensagem é a resposta para
todas as gerações e todas as
culturas. O Modernismo e o
Pós -modernismo não
conseguiram, e nenhum um
movimento que virá,
comprometer a eficácia desta
mensagem. Tenho certeza que
a maioria das pessoas ao
lerem este texto concordarão
comigo no seguinte: se o
erro não está na mensagem,
então só pode estar naqueles
que são responsáveis em
liberá-la. Provavelmente
eles só estão entregando
parte dela, pregando e não
vivendo, ou, pregando pela
força humana.
O meu desejo é que você que leu este texto, por um momento reflita: O que
atrai os pecadores são os
métodos ou a intensidade da
presença de Deus na Igreja?
Será que um prédio
confortável é mais atrativo
do que a mensagem da cruz? O
método pode atrapalhar a
atuação da presença tremenda
do Espírito Santo? |