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NÚCLEO DE APOIO CRISTÃO

 

Criança

Batismo Infantil

 
 

A prática de batizar os filhos dos cristãos vem desde os primórdios do cristianismo. Hoje, milhares de cristãos evangélicos no mundo continuam a prática, embora alguns pais permitam que seus filhos sejam batizados apenas porque faz parte da tradição religiosa na qual nasceram. Para outros, o batismo é um ato pelo qual consagram seus filhos ao Senhor, com votos solenes de educá-los nos caminhos de Deus até, a idade da razão.

Evidentemente nem todos os evangélicos concordam que o batismo infantil seja a única maneira de se fazer isso. Muitos preferem apresentar seus filhos ao Senhor, sem batizá-los, pois acreditam que o batismo é somente para adultos que crêem. Porém, tanto os que batizam seus filhos, quanto os que os apresentam, têm um desejo só, de vê-los crescer nos caminhos do Evangelho, e, quando chegarem à idade própria, publicamente professar sua fé pessoal em Cristo Jesus.

Quando Deus fez um pacto com Abraão, incluiu seus filhos na aliança, e determinou que fossem todos circuncidados (Gn. 17.1-14). A circuncisão, na verdade, era o selo da fé que Abraão tinha (ver Rm 4-3,11 com Gn 15.6), mas, mesmo assim, Deus determinou-lhe que circuncidasse Ismael e, mais tarde, Isaque, antes de completar duas semanas (Gn. 21.4). Abraão creu e o sinal da sua fé foi aplicado à Isaque, mesmo quando este ainda não podia crer como seu pai. Mais tarde, quando Moisés aspergiu com o sangue da aliança as tábuas da Lei dada por Deus, aspergiu também todo o povo presente no monte Sinai, incluindo obviamente as mães e seus filhos de colo (Hb 9.19-20).

Estou persuadido de que a Igreja cristã é a continuação da Igreja do Antigo Testamento. Símbolos e rituais mudaram, mas é a mesma Igreja, o mesmo povo. O Sábado tomou-se em Domingo, a Páscoa, em Ceia, e a circuncisão, em batismo. Os crentes são chamados de "filhos de Abraão" (Gl 3.7,29) e a Igreja de "o Israel de Deus" (Gl 6.16). Não é de se admirar que Paulo chame o batismo de "a circuncisão de Cristo" (Cl 2.11-11).

Deus sempre tratou com famílias (Dt 29.9-12), embora nunca em detrimento da responsabilidade individual. Assim, Deus mandou que Noé e sua família entrassem na arca (Gn. 7.1), chamou Abraão e sua família (Gn 12.1-3) e castigou Acã, Coré e suas famílias juntamente. Paulo, ao refletir sobre a história de Israel e ao mencionar a passagem dos israelitas pelo Mar Morto, diz que todo o povo foi batizado com Moisés, na nuvem e no mar inclusive as crianças, é claro, pois havia milhares delas (1 Co 10.1-4). Não é de se admirar, portanto, que Pedro, no dia de Pentecostes, ao chamar os ouvintes ao arrependimento, à fé em Cristo e ao batismo, disse-lhes que a promessa do Espírito Santo era para eles e para seus filhos (At 2.38-39). E não é de admirar que os apóstolos batizavam casas inteiras em suas viagens missionárias: Paulo batizou Lídia e toda sua casa (,At. 16.15), o carcereiro e todos os seus (At 16.3233), a casa de Estéfanas (1 Co 1.16). É verdade que não se mencionam crianças nessas passagens, mas o entendimento mais natural de "casa" e "todos os seus" é que se refira à família do que creu e fica difícil imaginar que, se houvesse crianças, elas teriam sido excluídas. Pois, para Paulo, os filhos dos crentes eram "santos" (1 Co 7.14), ao contrário dos filhos dos incrédulos. Talvez ele estivesse seguindo o que o Senhor Jesus havia dito, que não impedissem as crianças de virem a Ele (Mc 10.13-16).

Compreendo a dificuldade que alguns terão quanto ao batismo infantil, pois não há exemplos claros de crianças sendo batizadas no Novo Testamento. É verdade. Mas é igualmente verdade que não há nenhum exemplo de um filho de crente sendo batizado em idade adulta. Neste caso, talvez seja mais seguro ficar com o ensino do Antigo Testamento., Se os judeus que se converteram a Cristo não podiam batizar seus filhos, era de se esperar que houvesse alguma proibição neste sentido por parte dos apóstolos, já que estavam acostumados a incluir seus filhos em todos os aspectos da religião judaica. Mas não há nenhuma proibição apostólica quanto a isso.

Compreendo também que alguns têm dificuldades com o batismo infantil por causa da prática da Igreja Católica e de algumas denominações evangélicas, que adotam a idéia da regeneração batismal, isto é, que, pelo batismo, a criança tenha seus pecados lavados e seja salva. Pessoalmente não creio que seja este o ensino bíblico. O batismo infantil não salva a criança. Nossos filhos terão de exercer fé pessoal em Cristo Jesus. Não serão salvos pela fé de seus pais. Eles terão de se converter de seus pecados e crer no Senhor Jesus, para que sejam salvos. O batismo foi apenas o ritual de iniciação pelo qual foram admitidos na comunhão, da Igreja visível. Simboliza a fé dos seus país nas promessas de Deus quanto aos seus filhos (cf. Pv 22.6; At 2.38; At 16.31) e expressa os termos da aliança que nós e nossos filhos temos com o Senhor (Dt ' 6.6,7; Ef 6.4). Se, ao crescer, uma criança que foi batizada resolver desviar-se dos caminhos em que foi criada, é da sua inteira responsabilidade, assim como os que foram batizados em idade adulta, e que se desviam depois.

Certamente que o Novo Testamento fala do batismo como sendo uma expressão de fé e de arrependimento por parte daqueles que se convertem a Cristo - coisas que uma criança em tenra idade não pode fazer. Por outro lado, lembremos que passagens assim não tinham em vista os filhos dos fiéis, mas toda uma primeira geração de adultos que se converteram pela pregação do Evangelho.

Mas, ao fim, tanto os que batizaram seus filhos quanto os que os apresentaram, devem orar com eles e por eles, serem exemplos de vida cristã, levá-los à Igreja, instruí-los nas Escrituras e viver de tal modo que, ao crescer, os filhos desejem servir ao mesmo Deus de seus pais.


RESUMO DAS EVIDÊNCIAS BÍBLICAS PARA O BATISMO DE CRIANÇAS - I Co.7:14

1. A aliança que Deus faz com os pais inclui as crianças Gn.12:1-3; 17:9-13; Atos 2:38,39; Dt.29:9.

2. No V.T. o selo de participação na Igreja era a circuncisão, e a circuncisão era feita na criança aos 8 dias de idade. Gn.17:10-12. Se a criança podia ser selada como membro da igreja no V.T. por que não seria no N.T.?

3. A ausência de fé na criança não é motivo para negar o batismo infantil, porque a água no batismo não é símbolo de fé e sim de conversão, da regeneração, e do selo visível de que estamos em aliança com Jesus. A criança não tem fé e não entende, mas seus pais tem fé e estão convertidos; entendem e desejam estender as bênçãos do pacto aos filhos - Sl.78:3-7. A Bíblia fala de crianças cheias do Espírito e regeneradas no ventre Lc.1;15; I Sm.1:11-28; Jr.1:15.

4. Não podemos deixar nossos filhos crescerem para eles mesmos decidirem porque a Bíblia determina que os pais devem instruir os filhos no caminho do Senhor Dt.6:3-7;Pv.22;6.

5. Não podemos deixar de batizar nossos sob a alegação de que quando crescerem poderão desviar. Adultos batizados também desviam.

6. A cerimônia de apresentação da criança não era usada para proclamar os filhos como participante das bênçãos. Na Bíblia a criança era circuncidada (selo da aliança com Deus) e depois apresentada - Lc. 2:21-24.

7. Pedro em Atos 2:38,39 afirma que a promessa do Espírito é para os pais e seus filhos - Se os filhos estão incluídos na promessa, como negar-lhes o selo visível da promessa?

8. Paulo declara em I Co.7;14 que os “filhos são santos”. “Santo” é a palavra para designar membros da aliança - I Co.1:2; Rm.1:7; Ef. 1:1; Fp.1:1.

9. O uso de Mc.16:16 para não batizar crianças é indevido mal interpretado. Se lemos o versículo inteiro percebemos que a palavra Jesus é aplicada; somente para adultos e não para crianças.

10. A Bíblia registra o batismo de cinco famílias inteiras (Atos 10:24; 47 e 48; 16:15 e 33; 18:8). Será que não havia crianças? Se havia crianças e se elas não foram batizadas, seria natural algum comentário do escritor visto que no V.T. as crianças participavam. Sobre At.16:15 - a casa de Lídia - a versão Bíblia Siríaca “Pashito Siríaca” (traduzida por volta do ano 150) entendendo também que casa se refere à crianças assim traduziu o versículo 15: “Depois de terem sido batizados ela e suas crianças, fez-nos este pedido...”.

11. O testemunho da história mostra a existência do batismo infantil antes da existência da Igreja Católica Romana.

 
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